Acordo de flexibilidade e proteção de empregos é renovado na Scania
Fotos: Raquel Camargo
Em assembleia na tarde de ontem, os trabalhadores na Scania, em São Bernardo, aprovaram a renovação do acordo de flexibilidade de jornada, válido por dois anos, negociado pelo Sindicato com a direção da montadora.
O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC e CSE na Scania, Carlos Caramelo criticou a falta de política industrial no país.
“O Brasil precisa de um rumo na economia para que a gente possa consumir, vender caminhão, vender ônibus, e para garantir empregos e investimentos. Na nossa região, muitas das conquistas acontecem porque há um sindicato com musculatura para intervir nas negociações e agir, com base organizada e principalmente unidade na luta junto com os trabalhadores”.
O secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, ressaltou que o acordo Mercosul e União Europeia, anunciado e comemorado pelo governo Bolsonaro, não vai ajudar a indústria brasileira.
“A Europa tem uma escala de produção muito maior do que a nossa. O que vamos mandar e o que vamos receber da Europa? É o nosso emprego que está ameaçado. Esse acordo bilateral não vai resolver nosso problema, não vai resolver o problema da indústria brasileira, porque um país de dimensões continentais como o Brasil precisa de indústria pujante, e não é o setor de comércio e serviço que vai fazer o país se desenvolver”.
O coordenador da representação na Scania, Regis Guedes destacou a necessidade de proteger os empregos no momento em que a Scania na Europa também diminuiu muito os seus volumes de produção. “Proteger nossos empregos neste momento é fundamental para atravessarmos essa turbulência com mais tranquilidade. Esse acordo prevê um cenário em que, diminuindo o volume de produção, a gente tenha a nossa proteção dentro dessa fábrica”.
Da Redação.