Acordo de jornada na Kostal é cancelado antes de vigorar
Aumento nos pedidos de peças, principalmente para motos, fez a empesa cancelar a medida prevista para começar na semana passada.
Moisés disse que o cenário indica um quadro melhor
Kostal também desiste de reduzir jornada
O acordo feito entre o Sindicato e a Kostal, de São Bernardo, para reduzir a jornada por causa da queda na produção nem chegou a entrar em vigor.
A autopeças voltou atrás porque começou a recuperar os pedidos, especialmente do setor de motos.
Previsto para valer a partir da semana do carnaval para uma parte dos trabalhadores, o acordo previa redução da jornada com a compensação salarial por meio de um vale compra.
Repercussão
Para outra parte dos metalúrgicos, o acordo traz um banco de horas com implantação de semana de quatro dias, mantido até esta semana.
Moisés Selerges, coordenador de base de São Bernardo, explicou que os motivos do recuo da fábrica são as projeções de retomada do setor de duas rodas.
“As indicações são de que a produção de motos crescerá com força entre fevereiro e abril. Não chega aos índices do ano passado, mas está muito próximo”, disse Moisés.
Segundo ele, a notícia deverá repercutir positivamente em outras fábricas na categoria que tem parte da produção voltada ao segmento, como é o caso da Federal Mogul e da TRW.
Retomada
Este é a terceira autopeças em nossa base que cancela acordos de redução de jornada. A primeira foi a Fiamm, de São Bernardo, seguida pela Polistampo, em Diadema.
De acordo com Moisés, o Sindicato não sente mais a mesma pressão do início do ano, quando várias fábricas alegavam necessidade de acordos semelhantes.
“O cenário indica que o pior está passando. Mesmo assim, ainda é difícil prever qual será o comportamento do setor no decorrer do ano. Por isso, são necessárias a mobilização e a atenção dos trabalhadores. Só assim será possível contornar a crise, como temos feito, sem colocar em risco os direitos dos companheiros”, concluiu.