Acordo do PPE na Trefilação União é aprovado por unanimidade
Foto: Edu Guimarães
Os trabalhadores na Trefilação União, em São Bernardo, aprovaram por unanimidade o acordo para adesão ao Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, na manhã de ontem. É a segunda fábrica na base dos Metalúrgicos do ABC onde os trabalhadores aprovaram o acordo negociado entre Sindicato e empresa.
O acordo para os 114 trabalhadores tem duração inicial de seis meses com redução de 20% da jornada de trabalho e de 20% do salário. Com o PPE, a metade dessa redução será complementada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, do governo federal.
“É importante a conquista da estabilidade por dez meses na empresa, sendo que pelo PPE iria até 31 de março”, explicou o diretor do Sindicato, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho. “Com a negociação, conseguimos estender a estabilidade até 31 de maio e garantir o restabelecimento da renda dos companheiros”, prosseguiu.
O dirigente afirmou que haverá greve se qualquer empresa da região demitir sem utilizar os mecanismos de proteção ao emprego. “Não vamos admitir demissões tendo o PPE para atravessar momentos de crise”, concluiu Gaúcho.
No último dia 5, os trabalhadores na Rassini, em São Bernardo, foram os primeiros no ABC a aprovarem o acordo de adesão ao PPE.
O Programa foi anunciado pela presidenta Dilma Rousseff no dia 6 de julho e é um mecanismo para manter os empregos durante períodos de retração da atividade econômica e, com isso, contribuir para a própria recuperação da economia. O PPE inverte a lógica que existia de subsidiar o trabalhador depois dele já ter perdido o emprego.
Trabalhadores:
“Vemos o movimento das máquinas mais fraco e sabemos que lá fora está pior. O acordo é o melhor para a situação atual. O PPE vai ajudar a trabalhar sem ficar preocupado de perder o emprego. Estou no último ano da faculdade de engenharia e teria que trancar se perdesse o emprego”, Jefferson Dias, 6 anos na empresa, Manutenção.
Acho que o acordo foi bom entre a empresa e o Sindicato para manter os empregos e espantar o risco de desemprego. Trabalho aqui há quatro anos e é importante que usem todas as maneiras de manter o emprego. Torço para que a situação melhore o mais rápido possível” Bruna Guimarães, secretária, 4 anos na empresa.
É melhor manter o emprego do que ficar sem nada. Fiquei preocupado porque tenho dívidas para pagar e agora estou mais tranquilo com a estabilidade e 90% do salário garantidos. A rotatividade aqui é pequena e espero que o acordo possa ajudar até que a situação melhore”, Everton do Nascimento Queiroga, 10 anos na empresa, Barras.
Da Redação.