Acordo na Rassini e luta na Mahle pelo emprego
Companheiros na Rassini aceitaram reduzir a jornada com manutenção de salários. Na Mahle, trabalhadores pararam após boatos sobre demissões.
Rassini: jornada menor com manutenção de salário
Acordo foi aprovado porque mantém a renda mensal dos trabalhadores
Os companheiros na Rassini, fabricante de molas em São Bernardo, aprovaram ontem um acordo que reduz a jornada em 22,73% em fevereiro e março.
O salário cai 18%, mas a renda do trabalhador não será afetada nestes dois meses porque será compensada por vale-compras de R$ 100,00 a R$ 150,00, conforme o salário.
Os 638 trabalhadores na fábrica terão 60 dias de estabilidade.
Caminhões
Juarez Barros, o Buda, diretor do Sindicato, informou que até chegar ao acordo a empresa queimou etapas para evitar demissões, como o Sindicato defende.
“Para não demitir, e com a expectativa de normalizar a produção, negociamos um banco de horas em novembro. Depois, foram as férias coletivas. Mas isso não foi suficiente porque o setor que a empresa mais fornece, o da produção de caminhões, sofreu uma queda acentuada neste início de ano”, explicou o dirigente.
Segundo Buda, no início das negociações a empresa previa reduzir a jornada por três meses, com fim em abril, mas reconsiderou porque acredita que até lá o mercado comece a recuperação.
Contrapartidas
“Fizemos o acordo porque entendemos que a fábrica tem essa necessidade, já que a produção caiu. Porém, ele é orientado para que o trabalhador não perca sua renda mensal e tenha contrapartidas, como a estabilidade no emprego”, finalizou Buda
Braços cruzados em defesa do emprego na Mahle
Paralisação foi preventiva contra boatos de demissão na fábrica
Os trabalhadores nos primeiro e segundo turnos na Mahle, autopeças de São Bernardo, pararam na sexta-feira em protesto contra a ameaça de demissões.
Segundo o Comitê Sindical, após a demissão de mais de 300 metalúrgicos na unidade da multinacional em Mogi Guaçu, rapidamente correu a notícia de que 180 demissões seriam feitas na fábrica de São Bernardo.
“Procuramos a empresa para esclarecer essa notícia e saber de suas intenções, mas não fomos recebidos”, declarou Amarildo Sesário de Araújo, diretor do Sindicato.
Paralisação
“Por isso, desencadea-mos o protesto e aprovamos aviso de greve como ação preventiva”, completou Amarildo.
Com a paralisação, a direção da Mahle entrou em contato com o Sindicato e abriu negociações. A primeira reunião aconteceu ontem e vai prosseguir na semana.