Acordo na Volks garante empregos e investimentos na ferramentaria
Fotos: Edu Guimarães
O acordo negociado pelo Sindicato com a Volks, em 2012, vem garantindo a porta de entrada aos aprendizes do Senai na montadora, em São Bernardo. São 30 aprendizes contratados por semestre, sendo seis deles na ferramentaria.
É o caso de Gabriel de Miranda Nascimento, sindicalizado desde fevereiro de 2015 e escolhido o melhor aprendiz entre os formandos da turma de 2016 e que vai representar os companheiros na Volks do Brasil no encontro mundial na matriz da montadora, em Wolfsburg, na Alemanha, em dezembro.
Após dois anos no Senai e com diploma do curso técnico em Mecânica e Mecatrônica, Gabriel foi efetivado ferramenteiro e atualmente trabalha no setor de try-out, de ajuste e refinamento, e estuda engenharia de gestão na Universidade Federal do ABC.
“Estou com 18 anos e já fui efetivado. É uma oportunidade maravilhosa para a vida em uma área técnica muito estratégica que precisa de mão de obra qualificada”, afirmou. “O Senai é a única porta de entrada e é importante não deixar essa porta fechar. A maioria dos trabalhadores no setor veio do Senai”, contou.
O secretário de Formação da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, responsável por acompanhar o desenvolvimento das ferramentarias no Brasil, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, ressaltou a importância do acordo para o futuro da formação e do próprio setor.
“O acordo de 2012 e suas extensões garantiram o fortalecimento e a revitalização do setor na Volks com investimentos de cerca de R$ 70 milhões tanto em máquinas quanto em treinamento”, explicou. “A discussão é de futuro da ferramentaria e da indústria brasileira. Queremos construir veículos nacionalmente em todas as etapas, com conhecimento, tecnologia e inovação, não é só produzir”, prosseguiu.
Após o acordo, três máquinas grandes e uma pequena de aprendizado foram instaladas em 2014 no Centro de Usinagem de Alta Performance. Também foi inaugurada uma célula de aprendizagem da ferramentaria. O setor está sendo preparado para receber mais três máquinas e o processo de fundação das máquinas já foi iniciado.
“A persistência dos trabalhadores por um acordo de longo prazo conseguiu manter as portas abertas mesmo em um período difícil. Existe uma nota mínima para que o aprendiz seja efetivado e bem preparado para se tornar ferramenteiro”, disse o CSE Gilberto José de Souza, o Giba, no setor há 29 anos.
O novo integrante da Comissão de Fábrica, Márcio Fernando Boaro, é da turma de 1994 do Senai. “Fiquei dois anos na produção e depois na ferramentaria. Quando cheguei, fazia 11 anos que não vinha ninguém para o setor”, contou.
“Agora, com o acordo, o setor se oxigenou e passou a receber novos ferramenteiros. O perfil do trabalhador mudou com as novas tecnologias, o investimento no conhecimento é muito mais alto e a ferramentaria precisa disso”, defendeu.
Da Redação.