Adiadas desde 2011, eleições gerais no Haiti terão mais de 130 partidos
As eleições municiais e legislativas estão atrasadas há quase quatro anos e foram adiadas devido às divergências internas
Governo teme segurança em pleito por saída da Minustah do país; contingente deverá ser reduzido em 30% até o final do ano
Mais de 130 partidos se inscreveram no Conselho Eleitoral Provisório do Haiti para participar das próximas eleições gerais, que nos próximos meses elegerão o futuro presidente, 20 senadores, 118 deputados, 140 autoridades municipais e 1.400 membros da assembleia e representantes comunais em todo o país.
As eleições legislativas serão realizadas em 9 de agosto e as presidenciais em 25 de outubro. As datas foram definidas após o decreto firmado pelo presidente do país, Michel Martelly, na semana passada.
O segundo turno das eleições parlamentares, bem como as eleições locais, estão previstas para 27 de dezembro. Nesta mesma data, será realizado o segundo turno da eleição presidencial, caso seja necessário.
As eleições municiais e legislativas estão atrasadas há quase quatro anos e foram adiadas em diversas oportunidades devido às divergências existentes entre o Parlamento e o poder executivo.
Diversos protestos foram realizados na capital Porto Príncipe contra a situação. O mandato presidencial se encerra em 2016.
Após a convocação das eleições, o governo e as autoridades eleitorais do país expressaram preocupação em torno da segurança do pleito perante uma eventual retirada de tropas da ONU de algumas regiões do país.
O ministro haitiano responsável por assuntos eleitorais, Fritz Jean-Louis, disse à Agência Efe na última semana, que a ausência das tropas da ONU em seis das 10 regiões em que se divide o país é “uma grande preocupação, não só para o governo, mas também para vários países e outros parceiros que apoiam o processo eleitoral”.
Durante uma visita ao Haiti de uma delegação do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) no início deste ano, o ministro de Justiça e Segurança Pública haitiano, Pierre Richard Casimir, solicitou aos membros da comissão que o número de boinas azuis no país permaneça intacto e que se congele a rotação de tropas até depois da realização das eleições.
Neste ano está previsto o início da retirada das tropas da Minustah do país. Uma das maiores críticas à missão é a sua longa duração. Na última resolução, o Conselho de Segurança da ONU previu a redução do componente militar em 29,16%, em 2015. Desta forma, a tropa passará de 1,2 mil para 850 soldados.
Da Rede Brasil Atual