Agenda da CUT para 2010 prioriza derrota neoliberal nas eleições
Reunião também definiu que entre as prioridades da Central para este ano está a defesa da Comissão da Verdade, a luta pela democratização das comunicações e a legalização do aborto
A primeira reunião Executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 2010, foi realizada na terça-feira (19), em São Paulo. A Executiva posicionou-se frente ao atual momento político, apontando para a necessidade de fortalecer a organização sindical cutista, ampliar a solidariedade de classe, aprofundar as conquistas e mobilizar os trabalhadores e a sociedade na disputa de projeto para derrotar a direita nas eleições de 2010 e impedir o retorno dos neoliberais.
No primeiro ponto, que tratou da conjuntura política e mais especificamente do Programa Nacional de Direitos Humanos elaborado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, foi abordado como setores retrógrados do empresariado, dos militares e dos meios de comunicação tentaram descaracterizar a iniciativa, manipulando o debate para inviabilizar a sua aplicação.
Entre as questões elencadas como prioritárias neste momento estão a defesa da Comissão da Verdade, para garantir que se faça justiça às vítimas da ditadura militar; a democratização da comunicação, rompendo o monopólio e a manipulação feita pelos grandes meios; a mudança nos critérios de reintegração de posse da terra, apontando para a necessidade de o país avançar na implantação da reforma agrária, e o direito às mulheres de decidir sobre o seu próprio corpo, com a legalização do aborto.
A CUT também definiu que é necessário intervir mais diretamente nos projetos de infraestrutura em que o Brasil já começa a investir a partir de agora, por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A partir do Conselho Gestor do FGTS, que define o destino de recursos do Fundo de Investimento, o projeto da CUT é aprovar cláusulas bem objetivas que só liberem empréstimos a projetos ou empresas que adotem padrões rígidos de respeito aos direitos trabalhistas, à liberdade sindical e ao meio ambiente.
“Esta reação da direita ao Programa Nacional de Direitos Humanos é uma pequena amostra da disputa acirrada que teremos em 2010”, comentou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique. “Temos muitos desafios pela frente para garantir avanços e impedir retrocessos”.
Principais lutas:
Haiti
A CUT decidiu articular com o conjunto dos trabalhadores e da sociedade ações de solidariedade direta em socorro aos dirigentes sindicais do país caribenho, contribuindo também para reerguer as entidades destruídas pelo terremoto. Entre outras ações, encontram-se o envio de brigadas de solidariedade de trabalhadores da saúde e da construção civil, a partir das bases sindicais da CUT, assim que seja possível o seu deslocamento.
Sobre o envio de dinheiro em espécie, foi decidido que deverá ser feito tendo como destinatários, as entidades sindicais haitianas com que há afinidade política e de ação com a CUT.
Fórum Social Mundial
Elaboração de um programa mínimo a ser entregue aos candidatos à Presidência da República, e um novo impulso à Jornada pelo Desenvolvimento com um calendário que potencializa a participação das regiões e dos movimentos sociais.
Novas agendas
2 e 3 de fevereiro
Seminário Internacional “A presença econômica chinesa na América Latina e as conseqüências para o mundo do trabalho” em parceria com Observatório Social
25 e 26 de fevereiro
Seminários de Planejamento da Secretaria de Combate ao Racismo
3 e 4 de março
Secretaria do Meio Ambiente
19 a 21 de março
II Encontro Nacional de Políticas Sociais da CUT
16 de março
Seminário dos Aposentados
17 e 18 de março
Direção nacional
Marcha Mundial de Mulheres será outra prioridade da CUT no período, dando visibilidade à mobilização pela redução da jornada de trabalho, por igualdade salarial e nas condições de trabalho, à luta por creches e garantia de direitos.
Da CUT