Agora é em Brasília
Manifestação dos metalúrgicos teve como objetivo chamar a atenção do governo federal para o aumento das importações no setor
Rodrigo José |
Os metalúrgicos olham agora para Brasília. A expectativa é de audiência com o governo federal para tratar as reivindicações de política industrial, que inclua a defesa da produção nacional e do emprego com qualidade.
Essa pauta mobilizou mais 30 mil trabalhadores na manhã desta sexta-feira (8). Eles pararam a pista marginal sul (sentido litoral) da Via Anchieta, na divisa entre São Bernardo e São Paulo.
“Se necessário faremos novas manifestações para pressionar o governo federal a tomar medidas de proteção ao nosso emprego”, afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.Ele acredita que o pedido de audiência será olhado com mais carinho pelo governo depois do ato desta manhã.
Foi uma manifestação conjunta, organizada pelos sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de São Paulo, com o apoio da CUT e da Força Sindical.
“É uma luta pensando em nossos filhos e netos, que no futuro poderão sofrer com a falta de emprego de qualidade ou com a falta de qualificação profissional”, ponderou Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
As reivindicações para uma política industrial foram definidas no seminário Brasil do Diálogo e Desenvolvimento, realizado em maio entre trabalhadores e empresários.
Eles pedem ainda a criação de um organismo tripartite, que inclua o governo, para negociar a pauta em moldes semelhantes ao que foi à Câmara Setorial Automotiva, no início dos anos 1990.
Presente ao ato, o deputado federal Vicentinho (PT-SP), pediu aos metalúrgicos pressão também sobre o parlamento para votar dois de seus projetos de lei que vão ao encontro da luta da categoria.
Um deles impede os órgãos do poder público comprarem carros importados e outro estabelece um nível mínimo de nacionalização de peças para a montagem de veículos. “Se aprovados, as fábricas que os chineses pretendem montar aqui no Brasil não serão fábricas de apertadores de parafusos”, comentou.
Segundo contas da Subseção Diesse do Sindicato, os 700 mil veículos trazidos do exterior em 2010 impediram a abertura de 103 mil postos de trabalho aqui no Brasil.
Como os números deste ano já são 38% maiores, a quantidade de vagas que deixará de ser criada também será maior.
Outro problema é também a importação de autopeças pelas montadoras aqui instaladas já começarem a causar demissões em fábricas de do ABC, como ocorreu na Magneti Marelli no mês passado.
Galeria de Fotos 1: http://bit.ly/nrdeDl
Galeria de Fotos 2: http://bit.ly/ov0ETy
SAIBA MAIS:
Categoria já realizou ações semelhantes (07/07)
Começa entendimento pelo emprego e pela produção (26/05)
Da Redação