AIDS 2024

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Esta semana ocorre a 25ª Conferência Internacional sobre AIDS, em Munique, Alemanha. E o Brasil está representado por uma doutora da Fiocruz: Dulce Ferraz é psicóloga, mestre em medicina preventiva e doutora em saúde coletiva pela Faculdade de Medicina da USP. Além de ter lançado um livro infantil a partir de sua vivência com o câncer de mama, a doutora tem longo trabalho em programas envolvendo prevenção da transmissão do HIV, em colaboração com faculdades brasileiras (USP, UFBA) e da França (Lyon 2). Sua ampla experiência no programa de profilaxia pré-exposição (PrEP) será fundamental para a novidade do momento.

Lenacapavir, desenvolvido pelo laboratório Gilead Sciences, é um inibidor de longa duração do capsídeo do HIV-1. Esse antirretroviral impede a replicação do vírus a partir de múltiplos mecanismos de ação, afetando as principais etapas necessárias para o ciclo de vida do vírus. E não apresenta resistência cruzada com outros antirretrovirais. É indicado para tratamento com outros antirretrovirais na infeção por HIV-1 multirresistente.

Um estudo inglês realizado na África do Sul e Uganda, comprovou que este medicamento, se usado como profilático (quando se toma o remédio para prevenir o início da doença) duas vezes ao ano, chega a altíssimos níveis de prevenção entre mulheres cis gênero: nenhuma das 2134 desenvolveu a doença.

Como é um medicamento novo (2022), o problema é o preço, e na conferência vai ser apresentado um estudo de que, se pelo menos 10 milhões de pessoas tomarem o medicamento (já temos mais de 39 milhões vivendo com AIDS), o custo de produção, usando uma versão genérica, cairia de R$ 229.000 (preço atual convertido) para R$ 225.000.

Agora temos o medicamento, os estudos e a expertise (brasileira) para implementar um método eficaz e acabar, em poucos anos, com a AIDS.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente