´Ainda temos muito a fazer´, diz Correa ao iniciar terceiro mandato no Equador
O presidente do Equador, Rafael Correa assumiu no dia 24 um novo período de quatro anos, em cerimônia com delegações de cerca de 90 países e dez chefes de Estado. Correa foi reeleito em fevereiro com 57% dos votos no primeiro turno, com ampla vantagem sobre o segundo colocado, Guillermo Lasso, que obteve 22% dos votos. De acordo com a pesquisadora Perfiles de Opinión, a aceitação por 84% da população se deve em grande parte aos avanços no campo da economia.
“Temos avançando muito, e o país já é totalmente diferente do que recebemos há seis anos, mas ainda temos que fazer muito”, afirmou Correa. Ele ressaltou que sua gestão “mudará as relações de poder” no país. “Estamos orgulhosos por sermos o país que mais reduz a desigualdade na América Latina”, disse na posse.
Democratização da comunicação
Outra marca do governo Correa foi a busca da democratização da comunicação. Um projeto de lei da Lei Orgânica de Comunicação tramita atualmente no parlamento local. Dentre os principais pontos do projeto, está a redistribuição do espaço radioelétrico.
Até agora, cerca de 85,5% das frequências radiofônicas são privadas, 12,9% públicas e 1,6% comunitárias, segundo a Superintendência das Telecomunicações. No caso da televisão, 71% são privadas e 29% públicas. Com a regulação, 33% do espaço será ocupado por estes meios, enquanto 33% serão destinados a veículos públicos e 34% aos comunitários.
Após ser reeleito, Correa prometeu empenho para uma lei de imprensa. “Busquemos uma nova Lei de Comunicação, que regule os claros excessos que tem certa imprensa. O que queremos é uma imprensa honesta e responsável”, afirmou. “A América Latina tem uma das piores imprensas do mundo”, completou.
Desde sua chegada, Correa começou a desenvolver uma rede de meios públicos de comunicação, integrada pelos diários estatais El Telégrafo e PP El Verdadero, a Andes, Equador TV e a Rádio Pública. Uma rede através da qual Correa enfrenta a “grande imprensa” – assim a chama –, formada pelos diários de maior peso na opinião pública, El Universo e El Comercio, e os canais de TV Ecuavisa e Teleamazonas, que sustentam uma linha editorial opositora.
Do Opera Mundi via Rede Brasil Atual