Além da crise, rotatividade é responsável por metade do aumento do desemprego, diz o Dieese
Outra metade tem a ver com o que está se tornando tradicional no País: as demissões de final de ano, que ajudam a manter uma taxa de rotatividade da mão-de-obra em um terço, índice alto em qualquer país do mundo, de acordo com o Departamento
Cerca de 750 mil empregos formais já foram destruídos entre novembro de 2008 e fevereiro, ou queda de 2,3% do emprego com carteira do período, segundo o Dieese. Para o economista Paulo Jager, do Dieese, porém, a crise responde por apenas metade desse aumento no desemprego.
“Outra metade tem a ver com o que está se tornando tradicional no País: as demissões de final de ano. Elas ajudam o país a manter uma taxa de rotatividade da mão-de-obra de aproximadamente um terço, índice alto em qualquer país do mundo”, disse.
Ressalvando que isso não ocorre em todos os setores, Jager explica que uma taxa de rotatividade nesse nível significa que, a cada três anos, 100% da mão-de-obra troca de emprego no país. “É um mito a alegada dificuldade para demitir trabalhadores no Brasil”, afirma.
Ele disse ser natural que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em virtude do cargo, exiba certo otimismo em relação à geração de emprego no futuro, mas acha precipitado fazer qualquer previsão, por causa do clima de incerteza.
“Não temos dados indicando que já superamos os problemas. Tomara que o ministro tenha informações que apontem para isso. O País precisa ter compromisso com a melhora do mercado de trabalho, pois temos muitos problemas, como informalidade e essa taxa altíssima de rotatividade da mão-de-obra”, afirmou.
Da Agência DIAP