Alerta geral contra a reforma da Previdência
Foto: Adonis Guerra
A CUT e as demais centrais sindicais se reúnem hoje para tirar os encaminhamentos das manifestações contra a reforma da Previdência e o fim da aposentadoria que o governo Temer insiste em pôr em votação no dia 19 de fevereiro.
“As centrais sindicais decidiram desde o ano passado que, no momento em que colocarem a reforma da Previdência em votação, o Brasil vai parar. Essa posição deve ser referendada em reunião com a orientação de paralisação em todas as categorias”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
A reforma da Previdência institui idade mínima de 65 anos e diminui o valor a ser pago aos trabalhadores. Com o tempo de contribuição mínimo de 15 anos, o benefício será de 60% da média salarial. Para chegar aos 100%, será preciso ter 40 anos de contribuição, além da idade mínima.
O governo ilegítimo tem feito uma ofensiva nos meios de comunicação para tentar manipular a sociedade de que o fim da aposentadoria dos trabalhadores será benéfico. A investida já somou R$ 103,5 milhões em publicidade no ano passado, além de mais R$ 50 milhões neste ano.
“O golpe não foi dado à toa. Eles assumiram o compromisso com o sistema financeiro de fazer a reforma da Previdência, já que interessa aos bancos que essa reforma seja feita”, explicou.
“Ele precisa entregar o que prometeu e vai fazer a parte dele. A classe trabalhadora tem que fazer a sua, que é ir para a luta e não deixar aprovar a reforma”, defendeu.
Quem quer dinheiro?
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No último domingo, dia 28, Temer participou do programa do Silvio Santos no SBT, uma concessão pública, para mentir sobre a Previdência e tentar convencer a população de que o sistema previdenciário está quebrado.
Temer tentou ser popular, falou de compras no supermercado, se confundiu ao relacionar o desmonte da Previdência ao aumento da inflação. O apresentador teve que lembrar o presidente ilegítimo que a inflação no Brasil está controlada.
No fim da participação, depois de ameaçar a aposentadoria dos brasileiros, Temer ainda ofereceu R$ 50 a Silvio Santos, que defendeu a reforma.
O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, da Previdência no Senado, concluiu, em outubro do ano passado, que não existe déficit como alega o governo. O relatório apontou que as empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência e indica providências como o combate às fraudes, rigor na cobrança dos grandes devedores e fim do desvio de recursos da Previdência para outros setores.
Na Pressão
A reforma da Previdência precisa de 308 votos para ser aprovada em plenário da Câmara dos Deputados. Para pressionar os parlamentares, a CUT lançou em junho do ano passado o site napressao.org.br, que permite contatar os parlamentares por e-mail, mensagens, telefone ou redes sociais.
No Estado de São Paulo, são 17 parlamentares contra os trabalhadores, 33 indecisos e 20 deputados contra a reforma da Previdência.
No Brasil, são 173 deputados que já se posicionaram pelo fim da aposentadoria, 195 indecisos e 153 contra.
Da Redação.