Alfabetização onde o povo está
Depois de 11 anos de atuação e de 90 mil pessoas atendidas, o Movimento de Alfabetização Regional do ABC (Mova) quer expandir parcerias para dar conta da crescente demanda existente na comunidade. Seminário do Movimento que começa hoje irá debater esse desafio.
Mova faz seminário no Sindicato
Movimento de alfabetização já consolidado na região chega a seu 11º ano e busca novas parcerias para atender à demanda
O Movimento de Alfabetização Regional do ABC (Mova) realiza neste final de semana seminário para troca de experiências e programação das atividades de 2007. A abertura será hoje às 19h, com a presença de autoridades locais, educadores, alunos e demais parceiros, e prossegue no sábado a partir das 8h, na sede do Sindicato, quando serão realizadas as discussões que têm como tema central identidade e compromisso.
“Queremos resgatar a história do Mova e trazer para o debate questões como o papel do poder público e a participação da iniciativa privada”, aponta o diretor do Sindicato, Paulo Dias, que há dois anos coordena o movimento. Segundo Dias, durante 11 anos de existência cerca de 90 mil pessoas passaram pelo Mova/ABC.
Mesmo consolidado e reconhecido por sua importância, mudanças políticas no cenário regional fizeram com que o Mova deixasse de contar com o apoio de algumas prefeituras. Hoje a participação do poder público pública é exclusiva de Diadema e Santo André, cidades que, juntas, somam cerca de 250 salas de aula.
A ausência dos demais municípios, porém, não impediu o prosseguimento dos trabalhos junto ao movimento social. Só São Bernardo, por exemplo, tem 41 salas bancadas pelo Mova, que foi buscar recursos junto à iniciativa privada.
Parcerias – Entre as empresas e organizações que já aderiram estão Ford, Tintas Universo e, mais recentemente, a Fundação Salvador Arena. “Cada sala de aula tem um custo de R$ 400,00 mensais, para repasse de bolsa ao educador e sua formação continuada, material didático e administração do espaço”, explica Dias.
Projetos de patrocínio também já foram encaminhados a grupos como o Carrefour e a estatal Petrobrás. “Procuramos e temos como parceiros a igreja, o movimento social e empresas, pois não dá para ficar submisso à vontade dos prefeitos. No entanto, precisamos de mais parceiros, pois são necessárias muito mais salas para poder atender à demanda”, aponta Dias.
O Mova não tem vínculos financeiros com o programa Brasil Alfabetizado e, portanto, explica o coordenador, não recebe repasse federal. Uma de suas características é levar a sala de aula ao aluno quando este não pode vir até ela. “Temos salas em igrejas, asilo, clínica de recuperação de viciados em drogas e mesmo em casas cedidas pelas famílias”, esclarece.
Paulo Dias lembra que o jovem ou adulto que passa a freqüentar as aulas do Mova (a partir dos 15 anos) muitas vezes traz em sua história a discriminação e, portanto, necessita de “muita paciência e carinho, pois (o objetivo) não é apenas alfabetizar. É também, ajudar no resgate de sua cidadania”.
Fim do analfabetismo no Brasil fica para 2010
O governo federal reviu a meta de erradicar o analfabetismo do País em 2007.
A nova data prevista, dentro do que determina o Plano Nacional de Educação, é o ano de 2010, segundo o coordenador de Alfabetização do MEC, Tancredo Maia. Entre 2003 e 2005 o MEC alfabetizou, vi