Aliado acusa Alckmin

Desta vez não é a oposição, mas um deputado do PFL quem acusa o ex-governador de São Paulo pelo desvio de R$ 2 bilhões em contratos irregulares.

Até o PFL de São Paulo denuncia Geraldo Alckmin

O deputado José Caldini Crespo, do PFL, pediu a formação de CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo para investigar 973 contratos irregulares firmados pelo governo do Estado durante a gestão Alckmin, com prejuízos de R$ 2 bilhões.

“Houve corrupção dentro do governo em todos casos que analisei. Por enquanto, não posso dizer se o governador está envolvido. Por isso estou pedindo a CPI”, afirma o parlamentar. “Que o governo dele cometeu crimes, cometeu, tenho certeza disso”, insiste.

As principais fraudes encontradas foram superfaturamento, quando o governo paga a mais que devia; e concorrências viciadas, quando uma empresa é favorecida em relação à outra.

Todos os contratos foram considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Os setores da administração estadual que mais irregularidades cometeram foram Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Metrô, Fundação para o Desenvolvimento da Educação, Dersa, Companhia de Saneamento Básico (Sabesp) e Banco Nossa Caixa.

PSDB escondeu as irregularidades

Crespo conta que ao assumir a presidência da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia descobriu estantes lotadas de processos do Tribunal de Contas, cuja função é analisar contratos de repartições estaduais. “Eram quase mil documentos sobre irregularidades que estavam escondidos”, revela.

O deputado denuncia que as irregularidades nunca vieram a público porque o PSDB sempre controlou a Assembléia e impediu que eles fossem divulgados. “Não dá pra dizer que foi uma falha, foi um crime. Há todas as provas, são calhamaços de meio metro de altura, em cada um desses processos”, afirma. Até agora, Alckmin conseguiu barrar todas as CPIs que tentaram investigar seu governo em São Paulo. Nada menos que 70 pedidos de CPI.