Alta da taxa de juros diminui investimentos no país e aumenta dívida do trabalhador
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou na noite da última quarta-feira, 27, a elevação da taxa Selic de 6,25% para 7,75%. Com isso, a Selic chega ao maior nível desde setembro de 2017.
Essa foi a sexta alta seguida dos juros, que no início do ano estavam em 2%.
O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, explicou que essa alta afetará diretamente a vida do trabalhador e também os investimentos na indústria brasileira, já que os juros mais altos levam à redução de consumo.
“O custo do crédito vai ficar mais alto, a taxa de juros do cartão, do cheque especial e do financiamento vão crescer bastante. O aumento nos preços será sentido principalmente nos eletrodomésticos e nos itens de consumo imediato. Essa foi uma alta grande, e a expectativa é que a taxa de juros ultrapasse os dois dígitos logo no começo do ano que vem”, alertou.
Dificuldade de investimento
Segundo o economista, a elevação da taxa da Selic significa maior dificuldade de investimento produtivo no país que já sofre com a economia estagnada. “A economia que já está reprimida terá mais dificuldade de voltar à normalidade depois da pandemia com a indicação de que a taxa subirá ainda mais, pois acaba retirando investimentos do país”.
Fausto lembrou que o setor automotivo também será duramente afetado, visto que o financiamento é a forma mais comum de compra de automóveis no Brasil.
“No setor automotivo, se já não é muito fácil vender automóveis, esses números vão dificultar mais ainda. Porque automóvel é um bem que necessariamente se vende por financiamento, e os financiamentos vão ficar mais caros, as pessoas vão ter mais dificuldades em pagar as parcelas. A programação para o ano que vem de produção pode ser menor que a deste ano”, concluiu.