Alta do real alivia dívida de empresas em R$ 36,4 bilhões, mostra levantamento
Cotação do dólar caiu 15,7% no último trimestre. Dívida total, convertida em reais, caiu para R$ 195,4 bilhões
Primeiro veio o susto com a disparada do dólar, nos últimos meses de 2008. Foi um período de muita preocupação para as empresas brasileiras com endividamento em moeda estrangeira. A cotação subiu 22,08% de outubro a dezembro de 2008. Mas, no segundo trimestre de 2009, a tendência mudou, e agora muitas companhias podem respirar um pouco mais aliviadas com a provável economia no caixa.
Com a queda histórica na cotação do dólar no último trimestre, de 15,7%, a dívida total das empresas de capital aberto em moeda estrangeira, que até 31 de março, convertida em reais, era de R$ 231,8 bilhões, caiu em 30 de junho para R$ 195,4 bilhões – uma redução de R$ 36,4 bilhões. Os dados são da consultoria Economática.
Para se ter uma ideia do fôlego que o dólar mais fraco representa na vida das empresas, a dívida em moeda estrangeira representa, de acordo com a Economática, 48% do total de estoque da dívida financeira das companhias de capital aberto até o fim do primeiro trimestre.
De acordo com Fernando Exel, presidente da consultoria, a economia com o dólar menor é enorme. “Para se ter uma ideia, é maior que o lucro Ebit (antes do pagamento de juros e impostos) aferido no primeiro trimestre, de R$ 31,4 bilhões”, diz.
As maiores beneficiadas, explica Exel, são as companhias que gastaram menos na operação de hedge – um instrumento que tem por objetivo proteger operações financeiras do risco de grandes variações de preço de um ativo. Quem desembolsou mais pensando na moeda americana em alta deixou de ganhar.
Da Agência Estado