Alta nos preços tem uma série de motivos externos

Os jornais noticiam
uma série de previsões e de
altas nos preços dos alimentos.
A chamada crise que
apavora os pessimistas de
plantão mundo afora não
foi muito bem explicada
para a população.

A crise mundial de alimentos
é, na verdade, uma
crise de oportunidades e
de distribuição, resultado
do ataque especulativo
conciliado com a falta de
confiança no dólar, o que
levou os especuladores financeiros
a buscar lucros
mais altos nas transações
comerciais de produtos de
origem primária, entre eles
os agrícolas, nas bolsas de
mercadorias.

Combinação – O aumento dos preços
dos alimentos também é resultado
de uma combinação
de fatores.

O primeiro é a alta
do preço do petróleo, que
impacta diretamente nos
custos de produção agrícola
devido ao frete e ao encarecimento
de fertilizantes, hoje
controlado no mundo por
apenas quatro empresas.

Outro fator é a queda
nas safras de vários países.
Junto com o protecionismo
e subsídios agrícolas que
os países desenvolvidos
dão aos fazendeiros, cai a
competitividade de países
pobres.

Há, ainda, o aumento
no consumo. Nos últimos
anos houve um enorme aumento
da demanda por alimentos,
resultado das políticas
de distribuição de renda
que levaram mais alimentos
às famílias pobres, especialmente
na Índia e China.

Clima – Por fim, as mudanças
meteorológicas tão comuns
nos últimos anos. Muitas
nações agriculturalmente
importantes têm sofrido
com climas adversos para
o plantio, o que diminui a
produção.

Todos esses motivos
vêm ao encontro do fim de
uma era de expansão agrícola
e de desenvolvimento
tecnológico, que garantiram
um longo período de queda
nos preços mundiais de alimentos,
cerca de 75% entre
1975 e 2004.

Brasil quer criar excedente

Para se contrapor à
crise alimentar mundial e
à alta dos preços, o Ministério
do Desenvolvimento
Agrário apresentou o Programa Mais Alimentos.

O objetivo é alcançar
um excedente de produção
de 18 milhões de toneladas
por ano, criando linhas extras
para financiamento e
ampliação da participação
da agricultura familiar na
produção de alimentos.

Outra alternativa
apontada é o Brasil diminuir
a dependência do
fertilizante importado,
hoje em 75%, e aumentar
a produção interna.