Alto valor ainda atrapalha renovação da frota de caminhões no Brasil
Há algum tempo a sustentabilidade é discutida dentro do transporte rodoviário de cargas. Programas como o de Controle de Poluição de Ar (Proconve 8) e a chegada de caminhões Euro 6 foram impulsionados para ajudar nisso, entretanto, na prática, uma parte dos transportadores ainda não conseguiu adentrar a esse mundo. O principal obstáculo, como normalmente acontece, é o dinheiro.
Veículos com tecnologia Euro 6 e P8 são, em média, 30% mais caro do que os anteriores. Segundo Raquel Serini (coordenadora de projetos e economista do IPTC), a participação média do veículo no custo do transporte pode chegar até 16%. Um efeito dominó que acaba impactando em todos os processos do setor. Marcelo Rodrigues, vice-presidente do SETCESP, opinou que esse alto valor prejudica a popularização dos caminhões Euro 6 e P 8.
“A alta diferença entre os valores de um veículo antigo para um novo. De acordo com os números do RNTRC, a frota mais antiga é a do caminhoneiro autônomo e ele não tem condições de comprar um veículo novo por conta do alto preço dele. Para este motorista, ter um caminhão novo significa ter mais custos, pois o valor do frete não vai alterar de acordo com o modelo de veículo que ele possuir.” Ainda não existe uma resposta clara de como sanar essa equação, mas Marcelo finaliza sugerindo alguns gatilhos que podem ser incluídos em contratos para ajudar.
É evidente que a cada aumento não dá para reajustar o frete ou alterar a tabela de frete todo mês, mas é indicado que seja adotado um gatilho, que pode ser incluído como cláusula adicional ao contrato, como solução para os reajustes dos insumos essenciais, como: diesel, mão de obra e veículos. Essa alternativa garante ao prestador de serviço de transporte um equilíbrio nas suas contas e uma maior segurança na hora de fazer os investimentos necessários na renovação da frota, por exemplo”.
Do Frota & Cia