AMA-A ABC realiza posse festiva da nova diretoria

Representação eleita assumiu em março o triênio de 2023-2026. Associação dos Metalúrgicos Anistiados e Anistiandos do ABC busca reconhecimento a trabalhadores e trabalhadoras

Foto: Divulgação

A AMA-A ABC (Associação dos Metalúrgicos Anistiados e Anistiandos do ABC) realizou ontem na Sede do Sindicato a posse festiva da nova diretoria da entidade. Em março, os representantes eleitos assumiram efetivamente o mandato ao próximo triênio. Hoje são 261 associados e, desse total, 70 trabalhadores e trabalhadoras ainda buscam reconhecimento como determina a lei de anistia (10559/2002).

“O papel da AMA-A é político e representa os trabalhadores e trabalhadoras que foram perseguidos, monitorados, torturados e enquadrados na Lei de Segurança Nacional pelo regime militar de 1964 a 1985. Estamos na Associação para conquistar os direitos e representar companheiros e companheiras de acordo com as leis vigentes.”, afirmou o atual presidente, Adair Carlos da Cruz, o Boy.

“Em nossas reuniões mensais, discutimos políticas e análises de conjuntura mostrando que estamos mobilizados para garantir direitos e a luta pelo fortalecimento da democracia”.

Fundada em 28 de agosto de 1999, a AMA-A ABC luta pela memória, verdade, justiça e reparação em defesa daqueles e daquelas que resistiram à ditadura civil-militar.

Monitoramento

O tesoureiro, João Paulo de Oliveira, lembrou que a maioria das médias e grandes empresas na região tinham em seus quadros “funcionários” ligados às forças armadas, com destaque aos militares do Exército, para monitorar o comportamento dos trabalhadores.

“Muitos foram presos dentro da própria fábrica e depois encaminhados aos órgãos de repressão, como o DOI-CODI, OBAN e outros órgãos clandestinos como, por exemplo, a casa da morte em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Uma das acusações era por pertencerem a partidos e organizações de esquerda”.

A direção homenageou Gilberto de Souza Cunha, que cumpriu mandato até a última gestão e foi membro da diretoria cassada na década de 1980. Um dos instrumentos de sobrevivência, resistência e luta foi a criação da Serralheria 12 de Maio, da qual foi integrante fundamental.