Amanhã tem assembleia geral decisiva da Campanha Salarial. Estampfer, Impeca, Marcolar, Autometal, Metaltork, Movent e Mahle reafirmam luta
Mobilização na base continua e trabalhadores votam nesta sexta-feira, 23, propostas das bancadas patronais ou novos encaminhamentos pela pauta de reivindicações
Amanhã, na Regional Diadema, às 18h, tem assembleia geral decisiva da Campanha Salarial 2024. Todos os trabalhadores e trabalhadoras da categoria estão convocados para votar as propostas das bancadas patronais ou definir os rumos da luta caso não haja avanço nas negociações. A companheirada na Estampfer, Impeca e Marcolar, em Ribeirão Pires; Autometal, Metaltork e Movent, em Diadema; e Mahle, em São Bernardo, garantiram apoio total à luta em assembleias ontem nas portas das fábricas.
Os Metalúrgicos do ABC e outros doze sindicatos que fazem parte da base da FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos) cobram a reposição integral da inflação, acumulada em 3,85% de setembro de 2023 a julho deste ano, aumento real nos salários, a renovação das cláusulas sociais e avanços nas cláusulas das mulheres contidos nas CCTs (Convenções Coletivas de Trabalho), dentre outros eixos.
“O trabalhador tem que entender que, mesmo que a empresa seja pequena, ela tem força para ajudar na Campanha Salarial porque na hora de negociar o peso é o mesmo”, afirmou o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, em conversa com trabalhadores na Estampfer, Impeca e Marcolar.
“Por mais que a gente deixe o nosso suor no pé da máquina todos os dias, na hora de ter aumento o patrão acha que a gente não merece. Se a cada dia produzimos a riqueza do país, será mesmo que não merecemos a reposição da inflação? O aumento real de salário? Será que não merecemos ter a nossa Convenção Coletiva assinada?”, questionou o secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, em assembleia conjunta na Autometal, Metaltork e Movent.
Direitos
Na mesma atividade, o coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, salientou que só a categoria unida é capaz de conquistar seus direitos. “Por isso, é importante a presença na assembleia amanhã [23]. A Regional Diadema fica na Avenida Encarnação, 290, ao lado do terminal de trólebus Piraporinha. Venham todos para mostrar a força que os Metalúrgicos do ABC têm na base”.
A diretora executiva da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) e CSE na Legas, Aparecida Maria de Melo Santos, a Cida, contou que um dos pontos defendidos pela Federação é incluir nas Convenções proteção às trabalhadoras que se afastam das funções por conta de licença maternidade. “A proposta prevê que a trabalhadora, após retornar da licença maternidade, deve ter a mesma função que exercia antes do afastamento garantida ou que seja alocada em um posto de trabalho semelhante, sem experimentos ou remanejamentos, e sem prejuízo em promoções de função, por exemplo”.
Base
O CSE na Metaltork, Rodrigo Felipe do Nascimento, o Sacolinha, lembrou que desde o início da Campanha Salarial 2024, a Federação realizou mais de 20 reuniões e que as bancadas patronais tiveram tempo suficiente para apresentar propostas condizentes com a realidade. “A categoria sabe do seu valor e está pronta para lutar pelo que é justo”, afirmou.
Já o CSE na Movent, Nelson Roberto dos Santos, o Nelsão, contou que a base não vai aceitar nenhuma proposta sem aumento real e sem a renovação das CCTs.
“Nós passamos 12 meses da nossa vida pensando no mês da nossa Campanha Salarial. Esse é o momento mais importante, mais esperado para a classe trabalhadora e não podemos vacilar”, explicou o coordenador de área, Gilberto da Rocha, o Amendoim.
Convenção
Na Marcolar, em Ribeirão Pires, a diretora executiva do Sindicato, Andrea Sousa, a Nega, destacou a força da Convenção Coletiva aos trabalhadores e trabalhadoras na base. “Sabe quando a gente tem direito a auxílio-creche? Sabe quando a gente está prestes a se aposentar e não pode ser mandado embora? Ou quando a gente se lesiona? Aqui está a força da Convenção Coletiva”.
“Tem trabalhadores que falam que não querem ficar sócios do Sindicato, mas quando o reajuste salarial vem, ninguém fala que não quer. Quando a Convenção Coletiva é assinada, ninguém fala que vai abrir mão do seu direito, seja ele qual for”, disse a dirigente.
Na Mahle
O secretário-geral da FEM-CUT/SP e CSE na Mercedes, Max Pinho, lembrou em conversa com os trabalhadores na Mahle, em São Bernardo, que esse ano a Federação antecipou a Campanha Salarial e todo o processo de negociação para garantir propostas até a data-base. “Onde tiver proposta que atenda os interesses dos trabalhadores, vamos aprovar. Caso as propostas não atendam as nossas reivindicações, reprovaremos e faremos a luta que for necessária para que todos os trabalhadores e trabalhadoras sejam contemplados com um bom acordo”.
O coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, foi enfático: “sem mobilização vocês podem ter certeza que não vai ter proposta na mesa de negociação”. Segundo o dirigente, se a base não estiver, os patrões não vão fazer propostas.
O coordenador de área, Marcelo Pereira dos Santos, agradeceu a cada companheiro e companheira a mobilização ontem na Mahle. “Essa ação aqui na fábrica é que vai dar resposta quando a gente estiver na mesa de negociação seja para qualquer pauta. E na Campanha Salarial não é diferente porque a Federação já chega fortalecida para conversar com a bancada patronal”.