Amanhã tem plenária rumo ao Dia do Basta
Os metalúrgicos do ABC participam amanhã, às 14h, da Plenária Interestadual de Sindicalistas de São Paulo e do Rio de Janeiro, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192), no Centro de São Paulo.
A atividade é de organização e mobilização dos sindicatos das bases da CUT nos dois estados para o Dia Nacional do Basta, que será realizado pelas centrais sindicais em 10 de agosto em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.
“Todos os companheiros e companheiras estão convocados para a plenária de amanhã. São os trabalhadores organizados e unidos que vão dar o recado da luta contra os ataques e o desmonte”, convocou o secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Oliveira da Silva.
No Dia do Basta, serão realizadas paralisações e mobilizações na região. Em São Paulo, o ato unificado das centrais será às 10h, em frente à Fiesp, na Av. Paulista. “A Fiesp é o símbolo dos patrões que apoiaram o golpe e a prisão política do ex-presidente Lula”, explicou.
“Os trabalhadores não vão ficar assistindo todo o desmonte que está acontecendo, com precarização das condições de trabalho, 28 milhões de desempregados e um governo que entrega o patrimônio do Brasil ao invés de ter um projeto de desenvolvimento nacional”, afirmou.
“Portanto, o dia é para dar um basta ao desemprego, basta ao aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, basta da reforma Trabalhista, com retirada de direitos; basta de terceirização, com precarização do trabalho; de reforma da Previdência, que quer acabar com a aposentadoria; basta da PEC dos Gastos, que congela investimentos sociais por 20 anos; basta de privatizações e basta de perseguição a Lula”, reforçou Aroaldo.
Foto: Adonis Guerra
As plenárias de organização serão realizadas em vários estados do Brasil. Em Pernambuco, a marcha de 100 km “Lula Livre, Lula Inocente” teve início segunda, 16, em Caruaru, com previsão de chegada amanhã a Recife.
As centrais sindicais lançaram no dia 6 de junho o documento conjunto “Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora” com 22 propostas para o desenvolvimento do Brasil, que incluem itens em defesa do emprego, democracia, soberania e desenvolvimento com justiça social.
“A classe trabalhadora tem propostas alternativas para construir o Brasil que queremos, com direitos, empregos e desenvolvimento. Vamos defender o futuro do País nas ruas”, concluiu.
Na ocasião, já ficou definida a mobilização nacional no dia 10 de agosto. Desde o seu lançamento, a Agenda Prioritária está sendo apresentada aos trabalhadores nas fábricas, entidades da sociedade, aos candidatos à Presidência da República com compromisso democrático, ao Congresso Nacional e a líderes de partidos.
Marcha de 100 km “Lula Livre, Lula Inocente” em Pernambuco. Foto: MST.
Confira os 22 pontos da Agenda Prioritária
1. Criar políticas imediatas para enfrentar o desemprego e o subemprego crescentes, que já atingem 28 milhões de trabalhadores:
a. Criar frentes de trabalho como medida emergencial, com atenção especial para os jovens;
b. Retomar as obras de infraestrutura;
c. Políticas de amparo aos desempregados: aumento das parcelas do seguro-desemprego, vale-transporte para o desempregado, vale-gás e subsídio de energia elétrica.
2. Democratizar o sistema de relações de trabalho, com autonomia sindical, visando incentivar as negociações coletivas.
3. Regular o direito de negociação coletiva aos servidores públicos.
4. Renovar, para o próximo quadriênio, a política de valorização do salário mínimo.
5. Definir a jornada de trabalho em 40 horas semanais.
6. Revogar todos os aspectos negativos da reforma Trabalhista e da Lei da Terceirização, que precarizam os contratos e as condições de trabalho.
7. Combater a informalidade, a rotatividade, o trabalho análogo ao escravo e eliminar o trabalho infantil.
8. Garantir proteção trabalhista para os impactos das transformações tecnológicas e econômicas.
9. Assegurar o direito e o acesso ao Sistema Público de Seguridade e Previdência Social.
10. Revogar a Emenda Constitucional 95/2016, que congela os gastos públicos por 20 anos, e criar uma norma coerente com o papel do Estado no desenvolvimento do País.
11. Promover a reforma tributária.
12. Reestruturar, fortalecer e ampliar o Sistema Público de Emprego voltado para a proteção do emprego.
13. Universalizar o acesso à educação de qualidade.
14. Fortalecer o Sistema Único de Saúde.
15. Promover uma política de desenvolvimento produtivo sustentável, com enfoque em geração de emprego de qualidade e com relações de trabalho democráticas.
16. Fortalecer a engenharia nacional e reorganizar o setor da construção.
17. Garantir às micro, pequenas, médias empresas e à economia solidária e popular acesso ao sistema de inovação tecnológica e ao crédito.
18. Fortalecer o papel estratégico das empresas públicas (sistema Eletrobras, Petrobras, bancos públicos) para a promoção e sustentação do desenvolvimento econômico e social.
19. Investir e ampliar o sistema de ciência, tecnologia e inovação.
20. Fortalecer e ampliar as políticas sociais de combate à pobreza, miséria, redução da desigualdade social e de renda.
21. Fortalecer as políticas voltadas para a Agricultura Familiar e a reforma Agrária.
22. Ampliar e efetivar políticas, programas e ações para promover a igualdade para mulheres, negros, jovens, LGBTQI e migrantes.
Da Redação.