América do Sul-Países Árabes: Cúpula fecha acordos e debate política
Entre hoje e amanhã, representantes de 34 países, entre chefes de Estado e ministros, estarão reunidos em Brasília para a Cúpula América do Sul-Países Árabes. Patrocinado pelo Brasil, é o primeiro encontro do gênero na história.
A idéia da reunião surgiu durante a recente visita do presidente Lula aos países do Oriente Médio. O comércio entre nações latino-americanas e árabes alcança R$ 300 bilhões por ano. Cerca de 80% das trocas (R$ 240 bilhões) é feita só com o Brasil. O encontro deve ampliar os negócios.
Durante a cúpula, os quatro membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) assinam acordo comercial com o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês).
O conselho é formado por seis dos países mais ricos da região: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes, Kuwait, Omã e Bahrein.
Além da integração comercial entre árabes e sul-americanos, a cúpula discutirá temas políticos, mas de forma amena. “Não temos a pretensão de apresentar soluções para conflitos no Oriente Médio”, disse Pedro Motta, do Ministério das Relações Exteriores.
Assim, o texto da declaração final deve evitar afirmações polêmicas e priorizar a defesa de compromissos como a busca por uma maior cooperação entre as duas regiões em diversas áreas, a defesa da paz e o combate à fome e à pobreza.
“Isso não significa que vamos deixar de fora temas considerados difíceis como terrorismo, situação do Iraque e da Palestina”, afirmou Motta.
Além da reunião, Brasília é sede desde domingo de um seminário com cerca de 800 empresá-rios – 400 brasileiros, 200 árabes e 200 de outros países sul-americanos – em busca de negócios.
Para cuidar da segurança dos eventos e dos convidados, nove mil policiais e militares foram mobilizados, enquanto a Aeronáutica fechará o espaço aéreo sobre Brasília.