América Latina: Abandono do neoliberalismo traz o maior desenvolvimento em 25 anos

O abandono das políticas neoliberias pelos países da América Latina nos últimos quatro anos permitiu que a região atingisse um desempenho econômico e social positivo como não acontecia há 25 anos.

Diminuíram a pobreza, o desemprego e, em alguns países, melhorou a distribuição de renda. As conclusões são de relatório divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Ele informa que nos últimos anos ocorreu uma melhora generalizada na distribuição de renda, principalmente em quatro países, o Brasil, El Salvador, Paraguai e Peru.

A Cepal aponta também avanços na diminuição da pobreza. Em 2002, o percentual de pobres na América Latina atingia 43% da população (213 milhões de pessoas), enquanto 19% dos moradores da região (84 milhões de pessoas) viviam em pobreza extrema ou indigência.

Hoje, os percentuais caíram 4% em cada caso. Assim, os pobres atingiram 209 milhões (39% da população). São quatro milhões de pessoas a menos.

Já o pessoal que vive em pobreza extrema ou indigência baixou para 81 milhões (15% dos moradores). Isto é, menos três milhões de pessoas.

A Cepal acredita que em 2006 a pobreza e a indigência na América Latina tenham queda de mais um ponto percentual.

A Comissão acredita que a região se encontra bem encaminhada em seu compromisso de reduzir à metade a pobreza extrema até 2015, quando vence o limite para atingir as Metas do Milênio.

Desemprego também cai

A taxa de desemprego na América Latina e Caribe também caiu nos últimos quatro anos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com  a entidade, a redução da taxa de desemprego tem sido constante desde 2002, quando alcançou 11,4%. Hoje, o índice de desemprego está em 9%.

Esse quadro positivo se deve a motivos semelhantes aos que provocaram a redução da pobreza, como quatro anos consecutivos de crescimento econômico.

A taxa de desemprego urbano diminuiu em quase todos os países da região. A maior queda foi na Venezuela, seguida de Brasil e Uruguai.

Projeções da OIT demonstram que, em 2007, esse crescimento permanecerá. Em toda a região se estima que há em torno de 17,5 milhões de trabalhadores sem emprego nas áreas urbanas.