América Latina: Socialistas lideram no Chile e Bolívia

Candidata socialista está no 2º turno no Chile

Faltou pouco para a médica socialista Michelle Bachelet vencer no primeiro turno as eleições de domingo no Chile. Ela teve quase metade dos votos contra 27% dados ao segundo colocado, o candidato da direita Jorge Piñera. Eram necessários 50% dos votos mais um para não haver segundo turno. O terceiro colocado foi o também direitista Joaquin Lavín, ligado a Pinochet, que já declarou seu apoio para Piñera.

Assim que saíram os resultados, Bachelet advertiu em um tom duro, que não usou no primeiro turno, que nem todo o dinheiro do candidato da direita conseguirá romper a vontade dos chilenos no dia 15 de janeiro. Foi um ataque direto contra a fortuna do bilionário Piñera, seu adversário.

Bachelet, presa e torturada durante a ditadura Pinochet, perdeu o pai, general da Aeronáutica que morreu de enfarte durante uma sessão de torturas. Ex-ministra da Saúde e da Defesa do governo anterior, ela pertence ao agrupamento de centro-esquerda que assumiu o poder no Chile após a queda de Pinochet em 89 e comanda o país desde então.

Sua estratégia no segundo turno será conquistar os votos recebidos neste primeiro turno pelo candidato comunista e buscar os eleitores do centro. Eles seriam  simpatizantes da Democracia Cristã, que faz parte do grupo da candidata, mas no primeiro turno parte deles eleitores teria votado em Piñera. 

Houve eleições também para a Câmara e Senado do Chile, onde o grupo de Bachelet liderava as apurações com margem folgada.

Socialista também na Bolívia

No próximo domingo  serão realizadas eleições presidenciais na Bolívia e as pesquisas são lideradas pelo líder popular de esquerda e presidente do partido Movimento Ao Socialismo (MAS) Evo Morales. Se vencer, será a primeira vez na história da América Latina que um indígena se tornará presidente da República.

Morales tem a simpatia de Lula e de outros mandatários progressistas do continente e a total oposição dos EUA.

Os americanos alegam que o candidato é líder dos chamados cocaleros, que são pequenos plantadores de cocaína. Mas os norte-americanos escondem que estas pessoas são camponeses miseráveis, arruinados pela política criminosa de combate às drogas que os próprios EUA promovem no continente.

Evo Morales nada tem a ver com os grandes traficantes, que continuam intocados no país.

Sua faixa de apoio estendeu-se dos cocaleros de início até atingir a maior parte da população pobre, que é a maioria dos habitantes da Bolívia.