Anfavea alerta risco de não cumprir a tempo as exigências da nova fase do Proconve

Mais uma vez a Anfavea expôs seus argumentos visando a adiar a entrada em vigor da próxima fase do Proconve, a L7, para veículos leves, e a P8, para pesados, previstas para o início de 2022. Confrontada por entidades médicas, que entregaram à presidência da República e ao Ministério do Meio Ambiente manifesto em defesa da manutenção dos prazos definidos em 2018, a entidade ressaltou a necessidade de esticar o prazo por causa da pandemia e rebateu narrativas, que classificou como “falácias” em entrevista coletiva à imprensa, por videoconferência, na terça-feira, 15.

Não foi clara, porém, com relação ao seu pleito: quer adiar, mas não diz por quanto tempo. Um ano, dois anos? O presidente Luiz Carlos Moraes disse, apenas, que “a partir da abertura de diálogo chegaremos a um prazo”. Por enquanto não há sinalização de negociação com o governo. Os pontos levantados pelas entidades médicas, como Associação Médica Brasileira, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Pneumologia, dentre outras, é com relação aos benefícios que a nova fase trará ao meio ambiente e à qualidade do ar.

Segundo o manifesto a poluição do ar é responsável por 50 mil mortes por ano e incontáveis doenças, incluindo em crianças. A Anfavea rebateu que não haveria aumento de internações e mortes por problemas respiratórios com o adiamento. Argumentou que a retração do mercado nacional por causa da covid-19 deixará de colocar nas ruas de 3 a 5 milhões de veículos, que seriam vendidos de 2020 a 2024, e o Conama trabalhou com este volume excedente ao calcular a entrada das novas fases.

Negou, também, querer adiar por três anos a entrada em vigor das novas regras, prazo que foi citado pelas entidades médicas no manifesto. Outra queixa de organizações ambientais é o atraso que o Brasil tem diante de legislações de emissões com relação aos países desenvolvidos. Para a Anfavea esse prazo é adequado, e, com relação aos subdesenvolvidos, o Brasil está passos à frente, de acordo com o vice-presidente Marco Saltini: “Outros países adiaram cronogramas por causa da pandemia, como China, México e Japão. Até nos Estados Unidos o tema está em discussão”.

Da AutoData