Anfavea descarta onda de demissões no setor

Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o movimento da Mercedes-Benz que provocará o corte de 3,6 mil trabalhadores em São Bernardo do Campo, SP, é algo particular que não deve ser encarado como tendência no setor automotivo. A companhia decidiu terceirizar atividades como logística, manutenção, fabricação e montagem de eixos dianteiros e da transmissão média, ferramentaria e laboratórios, hoje feitas internamente.

O setor, segundo ele, já opera de forma semelhante à buscada pela Mercedes-Benz: “Não vejo como tendência até porque as outras montadoras são mais recentes no País e se fixaram por aqui utilizando a indústria de componentes já instalada”.

A indústria automobilística, citou, nasceu extremamente verticalizada. “Neste momento, a Mercedes-Benz está realizando a revisão de seu modelo estratégico. Em montadoras mais recentes se vê um parque de fornecedores muito grande. Já uma fábrica com mais tempo no País acaba fazendo muita coisa dentro de casa”.

O dirigente também descartou a ideia de que a medida da Mercedes-Benz reflita algum descompasso da capacidade de produção no País com o tamanho do mercado. Ele observou que está sendo feita apenas uma adaptação em razão do modelo de negócios, e que para tornar viável um fornecedor é preciso oferecer volume e ter um caso que se pague, o que é viável pelo fato de o mercado estar crescendo e ter boas perspectivas pela frente: em agosto os mercados de caminhões e ônibus começaram a reagir.

Da AutoData