Anfavea: governo vai publicar fim de isenção de imposto para elétricos

Brasil deixou de arrecadar neste ano cerca de R$ 2 bilhões com isenção, sendo R$ 1,1 bilhão de modelos chineses

O governo federal deve publicar este mês medida que torna as regras de emissões de poluentes por veículos novos vendidos no país mais restritivas e também o fim da tarifa zero do imposto de importação sobre modelos elétricos ao longo dos próximos três anos, afirmou o presidente da associação de montadoras, Anfavea.

As vendas de carros eletrificados (híbridos e totalmente elétricos) têm saltado nos últimos meses, com o total acumulado de janeiro ao início deste mês superando todo o volume de 49,2 mil unidades de 2022, segundo os dados da entidade. O avanço do segmento tem incomodado montadoras tradicionais já instaladas no país, que nos últimos anos optaram por focar suas vendas sobre modelos a combustão, que atualmente são protegidos por 35% de tarifa de imposto de importação.

A isenção do tributo sobre os elétricos foi adotada há cerca de cinco anos e na ocasião o governo federal não definiu se ela seria perene ou com prazo para acabar. Mencionando uma “invasão de produtos asiáticos, principalmente da China” na América Latina, região tradicionalmente foco das exportações de veículos do Brasil, o presidente da Anfavea, Márcio Leite, afirmou a jornalistas que “não tem nada contra chineses, asiáticos”, mas que o setor no país defende o retorno da proteção do imposto de 35% sobre os veículos eletrificados.

O executivo citou que a participação de veículos da China nas importações pela América Latina, excluindo o Brasil, entre 2012 e 2022 cresceu de 4,6% para 21,2%, o que tornou o país asiático líder nas compras da região. Ainda segundo Leite, o Brasil deixou de arrecadar no acumulado deste ano cerca de R$ 2 bilhões por conta da isenção de imposto de importação sobre elétricos, sendo que desse total, R$ 1,1 bilhão é relativo a veículos importados da China.

Da Forbes