Anfavea usa estoque recorde de eletrificados para voltar a defender imposto total
Entidade diz que volumes de carros elétricos e híbridos importados podem gerar desequilíbrio no mercado interno
A Anfavea segue o seu rito (na verdade, lobby) de pedir a volta imediata do imposto cheio de importação para veículos eletrificados – elétricos e híbridos. E na apresentação do balanço de agosto, aproveitou a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e lançou mão de números para reforçar seu pleito. Segundo os dados da associação que representa as fabricantes instaladas no país, o estoque de carros eletrificados importados chegou a um número expressivo: 81,7 mil unidades, depois de bater 86,2 mil em junho.
Em dezembro de 2023, esse volume era de 13,2 mil. Fruto de uma antecipação de estoque por parte das empresas para se livrarem do aumento do imposto de importação (II), que sofreu novo reajuste em julho. Para efeito de comparação, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ressaltou que as vendas de veículos eletrificados em junho ficaram em 7,8 mil unidades e, em julho, não passaram de 10 mil.
“É o maior volume de estoque da nossa história. Esse é um dado importante que certamente vai impactar o mercado, mas não sabemos como. Nunca havíamos convivido com essa situação”, afirmou o executivo. O dado foi a senha para o mandatário reivindicar novamente a volta imediata da alíquota total do II, de 35% – hoje oscila entre 18% e 22%. Márcio de Lima Leite afirmou, inclusive, que o pedido já foi feito a diferentes esferas do governo federal e que a entidade vai encaminhar um pleito neste sentido à Câmara de Comércio Exterior (Camex) esta semana.
“O crescimento gradual não tem se mostrado eficaz. Defendemos a recomposição imediata da tarifa. Esse volume de importação começa a ser muito danoso para a indústria. Não sabemos em quais condições será colocado esse estoque no mercado”, reclamou Márcio. Presente na apresentação dos dados da Anfavea, o vice-presidente e ministro da indústria Geraldo Alckmin citou a questão do II. Mas deixou no ar se o pedido será acatado.
Do Automotive Business