Ano será melhor para a indústria, avalia CNI
A indústria deve continuar apresentando um comportamento errático nos próximos meses, mas o resultado de 2013 será bem melhor do que o observado em 2012. A avaliação é do gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
Segundo Castelo Branco, depois de uma queda de 1,5% de faturamento na passagem de junho para julho, “é provável” que a indústria mostre resultado positivo em agosto.
Apesar do otimismo, há certa razão para um comportamento menos favorável do setor no terceiro trimestre do ano. Segundo o gerente-executivo, as manifestações de junho e julho impactaram a confiança de empresários e consumidores, algo que também tem impacto na predisposição de consumo e nas atividades de varejo e indústria.
Outro vetor negativo, lembrou ele, é que o ciclo de alta de juros, iniciado pelo Copom de abril, sempre tem impacto redutor sobre consumo e crédito. E esse efeito é cumulativo e ganha tração com o passar do tempo.
Câmbio
O contraponto positivo é a taxa de câmbio. O real mais desvalorizado em comparação com o primeiro semestre tem impacto sobre a competitividade de alguns produtos.
“O impacto favorável da mudança do patamar de câmbio vai se manifestar aos poucos”, disse, lembrando que no comércio externo a maturação é mais longa que no mercado interno.
Como exemplo do efeito câmbio sobre a atividade doméstica, Castelo Branco, apontou para o comportamento do segmento de couro e calçados, que mostrou alta de 5,7% no faturamento real em julho, contra julho de 2012 e contra alta de 5,5% da indústria como um todo.
Ainda de acordo com o gerente-executivo, o resultado final, não só da indústria, mas da economia como um todo, será o resultado de um balanço entre a recuperação da confiança, a desvalorização do câmbio e a “trava dos juros”.
Do Valor Econômico