Antecipar reajuste é chamar para a greve

Amanhã, reunião de mobilização e sexta-feira, assembléia geral.
Todos na Sede do Sindicato, às 18 horas

G.9 quer campanha encerrada

O Grupo 9 (máquinas e eletro-eletrônicos) quer dar a campanha salarial por encerrada. Ele orientou as empresas a aplicar os 6% de reajuste já na folha de pagamento de agosto.

O reajuste compreende 4,66% da inflação e 1,28% de  aumento real.

“As fábricas que fizerem isso se credenciam para a greve”, protestou o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT), Adi dos Santos Lima, para quem a orientação dos patrões é uma provocação ao conflito.

“Há espaço e tempo para as negociações continuarem”, afirmou Adi.

Segundo ele, não há uma proposta acabada pois não houve avanço nas cláusulas sociais, e porque a Federação deixou com os patrões pontos como mudança no adicional noturno, controle das horas-extras, piso único, mudança da data-base para 1º de setembro e acompanhamento dos sindicatos nas empresas de terceiros. 

Rejeição confirmada

Na Carbono Lorena, de Ribeirão Pires, a proposta de reajuste  do Grupo 9 foi considerada ridícula pelos companheiros que se reuniram ontem em assembléia de mobilização.

“Pelo que os trabalhadores vêem aqui em termos de produção e crescimento e pelo desempenho do setor, o que nos foi oferecido é pouco e o aumento tem de ser maior e as demais cláusulas atendidas”, disse Santino Brás, do Comitê Sindical na Carbono.

Sindipeças, o grupo do não

A FEM-CUT volta a ser reunir hoje com o Sindipeças, que ficou conhecido como o grupo do não nesta campanha salarial.

Isto porque, esses patrões negaram a inclusão de todas as 12 novas cláusulas sociais reivindicadas pela categoria.

“Esperamos que o mesmo não aconteça com as atuais cláusulas sociais e com as econômicas”, afirmou o presidente da FEM-CUT.

Oferta salarial

Pela perspectiva dos sindicalistas que compõem a mesa de negociação é bem possível que na rodada de hoje apareça a primeira oferta salarial do grupo.

Segundo Adi, os trabalhadores esperam reajuste  que traga aumento real condizente com o crescimento do setor. “Além disso, queremos melhorar o piso, ampliar o controle de horas extras e aumentar o valor do adicional noturno”, listou Adi.

Mobilização

A mobilização, por outro lado, vai esquentando na categoria. Além da Carbono Lorena, ontem foi dia de assembléias na Mercedes-Benz e Brasmeck, de Diadema.

Hoje tem assembléias na Scania, Asbrasil, ABR, de São Bernardo, e na Mecânica Abril, de Santo André.

Amanhã é dia de reunião de mobilização para avaliar as últimas negociações e preparar a assembléia geral de sexta-feira.

Os dois encontros serão na Sede do Sindicato, às 18h. Todos estão convocados. Campanha salarial forte se faz com participação e mobilização.

Proposta das montadoras é para novembro

A Tribuna não informou na edição de ontem que a reposição salarial proposta pelas montadoras incide sobre o salário de novembro.

A proposta foi rejeitada na mesa de negociação.