Antiga Lawes agora é a Cooperativa Unimáquinas

Comandanda por metalúrgicos, empresa retorna no momento em que a indústria do setor farmacêutico se recupera


Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato, fala com os trabalhadores na Unimáquinas. Foto: Rossana Lana / SMABC

Após dois anos de luta, os trabalhadores na Lawes, fábrica de máquinas para a indústria farmacêutica que teve sua falência decretada no final de 2010, assumiram a administração dos ativos da empresa na forma de cooperativa.

Agora, eles estão prontos para retomar a produção e reconquistar seu espaço no mercado do setor, por meio da cooperativa Unimáquinas.

Desde que os procuradores do dono bateram em retirada, colocando fim a um longo período de má gestão, os companheiros toparam com o desafio de buscar alternativa ao fechamento da empresa.

Uma parte topou constituir um novo negócio – a cooperativa. O Sindicato garantiu o arresto das máquinas e equipamentos na Justiça. Para viver, o pessoal rateava o pouco serviço vendido e contava com a solidariedade da categoria.

Outra contribuição importante veio da Prefeitura de São Bernardo e, mais uma vez, do Sindicato, que conseguiram da Universidade Metodista o plano de negócios que deu base aos primeiros passos da nova cooperativa.

“Uma de nossas preocupações é manter o padrão de qualidade dos produtos da antiga empresa”, disse Marcos José Lopes, presidente da cooperativa e coordenador de produção. “Vários laboratórios estão mostrando interesse em trabalhar com a gente”, comentou.

Os cooperados querem aproveitar a retomada do setor farmacêutico, que, no ano passado, esteve devagar em razão da crise econômica mundial.

“A Unimáquinas ganha plenas condições de produção exatamente no momento em que a indústria de medicamentos se recupera”, lembrou Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato.

Mas a concretização do empreendimento em um novo modelo solidário atravessou um período de incertezas sobre o futuro, época em que os trabalhadores firmaram ainda mais sua crença na possibilidade de superar a crise.

“Continuo aqui porque tenho certeza que a cooperativa vai dar certo”, disse o funileiro Antonio João de Souza. Ele afirmou que agora está tudo estruturado e a recuperação da empresa é apenas uma questão de tempo.

O torneiro mecânico Antonio Amaral também acredita na idéia. “Ainda temos pouco serviço, mas estamos otimistas e a tendência é melhorar”, previu.

Os bons resultados alcançados pela Uniforja depois que virou cooperativa é o grande exemplo. “Vamos lutar para que aconteça o mesmo aqui”, disse o operador Geovane de Araújo Bezerra. Ele está esperançoso. “Agora, só vai depender da gente” afirmou.

“Conhecemos a disposição do pessoal. Agora é com eles e também com a categoria, que foi e será solidária para que o projeto seja viabilizado”, concluiu Rafael Marques.

Da Redação