Ao invés de combater a Covid-19, governo federal omite dados

Depois de toda a omissão no combate ao coronavírus, o governo federal decidiu ainda não divulgar mais o balanço total da doença no painel diário do Ministério da Saúde.

Primeiro o Ministério da Saúde começou a atrasar a divulgação dos boletins diários, depois o site saiu do ar e quando retornou, no sábado a noite, só havia informações de recuperados e os casos e mortes em 24h. Ontem foram divulgados dois boletins com dados diferentes, o que não foi explicado até o momento.

Com a decisão, o CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) criou um painel próprio de informações e repudiou a medida. “A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação.”

Na atualização de ontem do CONASS, o Brasil tem ao todo 680.456 casos confirmados e 36.151 mortes.

O Brasil é o segundo país do mundo com mais infectados, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 1,8 milhão de casos. Em óbitos, o Brasil passou a Itália e é o terceiro país com mais casos, atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Estado

O Estado de São Paulo acumula 143.073 casos e 9.145 mortes, de acordo com balanço da Fundação Seade de ontem.

A Região Metropolitana está com 80,1% dos leitos de UTI e 71,9% de enfermaria ocupados.

ABC

O ABC registrou 9.672 casos e 738 mortes confirmadas pela Covid-19, de acordo com painel de acompanhamento da ABC Dados do dia 6. Em 24h, foram 281 novos casos e 15 novos óbitos confirmados.    

A taxa de letalidade no ABC (7,6%) continua mais alta que a do Estado de São Paulo (6,4%) e a do país (5,4%). Em média, o total de infectados e de mortes tem dobrado a cada 15 dias na região.

O índice de isolamento social, no dia 6, ficou em 47% no ABC, 51% na capital e 49% no Estado de SP.

O potencial de subnotificação é alto. Só as notificações em investigação representam 61%, ou seja, 15.223 pessoas passaram pelo sistema de saúde das cidades do ABC com sintomas, mas ainda aguardam o resultado dos testes.