Aos 18 anos, CNM/CUT consolida o seu papel no sindicalismo

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT é hoje uma das entidades mais representativas do movimento sindical no Brasil e no Mundo

Representando mais de um milhão de trabalhadores, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT) está completando sua maioridade.

Ela chega a 18 anos de existência como referência na unificação das lutas da categoria e como uma importante interlocutora dos 92 sindicatos filiados para o diálogo e as negociações com o governo e as entidades empresariais do ramo.

Assim como os metalúrgicos acabaram sendo pioneiros, ao deflagrarem, em plena ditadura militar, greves no ABC paulista – entre o final da década de 1970 e ao longo da década seguinte – também a sua organização nacional no âmbito da CUT foi a primeira.

Em 1989, foi criado o Departamento Nacional dos Metalúrgicos, para organizar, sob bandeiras nacionais, os sindicatos do complexo metal-mecânico.

Renovação da frota

Três anos depois, em seu 2º Congresso, o Departamento transformou-se na Confederação.

De lá para cá, a entidade colaborou, de forma consistente, a defesa do emprego, dos salários e de melhores condições de trabalho para os metalúrgicos.

E, para minimizar os efeitos do desemprego que se abateu sobre os trabalhadores em todo o Brasil durante a década de 1990, além de negociações com o empresariado dos diversos setores do ramo, formulou propostas para que o governo federal criasse a Câmara do Setor Automotivo, em 1992, que estabeleceu uma série de medidas para reaquecer a produção das indústrias de automóveis e de autopeças.

Ainda no final dos anos 1990, a CNM/CUT lançou também a campanha pela renovação da frota de veículos, numa das primeiras ações conjuntas com sindicatos de metalúrgicos vinculados a outras centrais sindicais, reivindicando dos governos estaduais e federal ações que estimulassem as vendas e, por consequência, aumentassem a produção e mantivessem o nível de emprego.

Também foram os metalúrgicos da CUT a primeira categoria a defender a bandeira do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, por entender que um dos mais fortes ramos da economia brasileira tem condições de estabelecer, em todo o País, patamares mínimos de direitos para os trabalhadores, a começar por um piso nacional de salários e por jornada e condições de trabalho igual em todo o ramo.

Paralelamente, já desde a sua fundação – quando foi decidido pela filiação à Federação Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (FITIM) – os laços da CNM/CUT com as entidades de classe de outros países foram intensificados e vários intercâmbios e ações sindicais conjuntas foram desenvolvidos.

E, como resposta ao processo de fusões e parcerias tecnológicas de empresas multinacionais, a Confederação tem estimulado e apoiado a organização de redes e comitês de trabalhadores por empresas.

Hoje, 30 comitês estão articulados em escala nacional ou mundial.

Vários seminários e conferências com representações de trabalhadores brasileiros e de outros países também foram realizados, com o objetivo de traçar estratégias comuns de ação sindical.

De todas essas ações, nasceram parcerias consistentes com várias entidades, entre as quais: CAW (Sindicato Canadense dos Trabalhadores no Setor Automotivo), IG Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha), FM-CCOO (Federação Mineiro-Metalúrgica das Comissões Obreiras da Espanha) e IF Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Suécia).

A estruturação da CNM/CUT

Seis setores do ramo estão representados pela Confederação: automotivo, siderúrgico, eletroeletrônico, naval, aeroespacial e bens de capital (máquinas e equipamentos industriais).

Para o desenvolvimento de ações sindicais, a CNM/CUT tem uma preocupação constante em acompanhar, junto com sua assessoria técnica, o seu desenvolvimento econômico, o nível de emprego e as condições de salário e trabalho de cada um deles.

È através desse instrumento que a entidade tem bases concretas para formular propostas para negociações com os empresários e com o governo.

Ele também é importante para municiar os sindicatos de base com informações necessárias para o cotidiano de suas ações junto às empresas e os trabalhadores de suas cidades ou regiões.

Esse trabalho está aliado a uma política constante de formação voltada a dirigentes dos sindicatos e representantes de comissões e comitês de empresas.

Emprego e produção

Além do aspecto econômico, uma outra vertente da CNM/CUT é a formulação de ações relativas à saúde, à segurança e ao meio ambiente no trabalho, propondo, inclusive, a transformação das atuais CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) em Comissões de Saúde, como mecanismo para garantir a integridade física e mental dos metalúrgicos em seu trabalho.

As mulheres metalúrgicas também têm atenção especial da entidade (ver matéria na página 18), com um trabalho voltado para garantir a sua participação na vida sindical e as lutas de combate às desigualdades que enfrentam no cotidiano das fábricas.

Enfim, a CNM/CUT tem aliado, ao longo de seus 18 anos, a organização sindical de metalúrgicos e metalúrgicas de todo o Brasil, em suas lutas cotidianas por salários e condições de trabalho, à formulação de estudos setoriais e propostas para o desenvolvimento do ramo metalúrgico para negociações com empresários e governo.

Foi o que ocorreu entre 2008 e 2009, quando eclodiu a crise econômica mundial. A Confederação foi protagonista na adoção de medidas que buscaram preservar o nível de emprego e garantissem o crescimento da produção.

Ou seja, a categoria e as suas entidades de classe continuam na linha de frente do movimento sindical brasileiro e ganham cada vez mais importância nos debates sobre o desenvolvimento econômico e social do País.

Da Redação com Imprensa CNM/CUT