Apenas 30% dos caminhões vendidos em 2023 foram produzidos no ano
Tem nome o resultado da equação que considera o aumento dos preços dos caminhões de 20% a 30% por causa da entrada em vigor das novas normas do Proconve, o encarecimento do crédito e a maior restrição para acessá-lo, além da dificuldade em destinar veículo acima de vinte anos para a reciclagem a fim de obter desconto de R$ 33 a R$ 99 mil: é a baixa demanda e, consequentemente, a queda na produção do setor.
Dados da Anfavea apresentados na segunda-feira, 7, mostram que apenas 29% dos caminhões vendidos em 2023 foram produzidos durante o ano, ou seja, estão equipados com motor Euro 6. De acordo com o vice-presidente Gustavo Bonini “se acompanhássemos a média dos últimos cinco anos o porcentual de caminhões produzidos e vendidos no mesmo ano, neste mesmo período, deveria estar em 50%”.
Bonini justificou que o tradicional movimento de antecipação de compras diante da mudança de motorização contribuiu com o cenário. Lembrou que o porcentual de 29% dos veículos fabricados e vendidos no mesmo ano, de 2018 a 2022, havia sido alcançado em abril: “Estamos três meses com defasagem devido à pré-compra feita no ano passado”. De janeiro a julho de 2023 foram produzidos 53,9 mil caminhões, volume 36,2% abaixo do mesmo período do ano passado, que acumulava 84,5 mil unidades.
Esta quantidade também está inferior ao fabricado no mesmo período de 2021, quando 89,5 mil caminhões haviam saído das linhas de montagem, a despeito do ápice da pandemia e de problemas com fornecimento de componentes e semicondutores. O resultado supera apenas os primeiros sete meses de 2020, período marcado pela chegada do coronavírus e pelo consequente fechamento das fábricas no País, que ainda assim contou com 41,6 mil veículos.
Da AutoData