Aperam suspende trabalhador com dedo amputado após licença médica

Durante protesto na manhã de ontem na portaria da fábrica, os trabalhadores na Aperam, em Ribeirão em Pires, cruza­ram os braços e aprovaram apoio contra a suspensão de dez dias de um companheiro que voltou de licença médica após acidente, em dezembro passado. Ele teve a ponta do dedo médio da mão esquerda amputada.

“Tanto o retorno quanto a suspensão do trabalhador aconteceram na última sexta, 27 de fevereiro”, explicou o coordenador na Regional Ri­beirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos (foto). “A em­presa alega indisciplina, o que, neste caso, é inviável porque o trabalhador estava há, pelo menos, dois meses se recupe­rando em casa do acidente”, prosseguiu.

Segundo o dirigente, na ocasião o trabalhador atuava como inspetor de qualidade na Aperam e, ao realizar vistoria na máquina que aconteceu o acidente, um tubo enroscou no micrômetro, prensando a mão esquerda dele. “E mesmo com os equipamentos de proteção individuais, os EPIs, teve a ponta do dedo amputada”, disse Marquinhos.

O coordenador e os CSEs na fábrica tentaram acordo, mas até o fechamento da Tribuna no final da tarde de ontem, a empresa manteve a decisão em não reverter a suspensão.

“Esta é uma atitude unilateral, que vai contra o processo de negociações do Sindicato com a fábrica”, afirmou Marquinhos. “Sempre mantemos o diálogo aberto e não admitimos que o trabalhador seja tratado desta forma. Por isso, enquanto esta situação durar, avançamos com as mobilizações e protestos na Aperam”, declarou o CSE na fábrica, Francisco Corrêa So­brinho, o Pardal.

Os Metalúrgicos do ABC, a Aperam e representantes da Delegacia Regional do Traba­lho, a DRT, montaram crono­grama no primeiro semestre do ano passado para que todas as máquinas na fábrica tivessem a adequação à Norma Re­gulamentadora 12, a NR-12, que estabelece proteções em máquinas e prensas para que o trabalhador não se machuque.

“Mas até o momento do acidente, estas proteções não foram concluídas”, finalizou Pardal.

O Sindicato convida todos os companheiros na Ape­ram para se sindicalizarem e, assim, ampliar a partici­pação, fortalecendo a luta para garantir os direitos na fábrica, inclusive na defesa das condições de saúde e se­gurança dos trabalhadores. Mais informações pelo fone 4823-6898.

Da Redação