Apoio do brasileiro à Copa passou de 54% para 66%
Pesquisa mostra aumento de apoio à Copa e grande decepção com seleção brasileira
Levantamento telefônico feito pelo Ibope, encomendado pelo Planalto, compara percepções antes e depois da Copa. Legado do evento ainda gera dúvidas
Pesquisa de percepção feita pelo Ibope, comparando opiniões dadas antes do início da Copa do Mundo e dois dias depois da final do torneio, indica o aumento de apoio à realização e à organização do evento e uma enorme frustração com o desempenho da seleção brasileira. Provavelmente impactados pela goleada de 7 a 1 sofrida diante da Alemanha, nas semifinais, nada menos do que 78% dos entrevistados acharam que o time nacional teve um desempenho pior do que o esperado. Apenas 5% acharam que o Brasil foi melhor do que poderia.
Segundo o levantamento, encomendado pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República e feito por telefone, o crescimento no número de pessoas favoráveis à realização da Copa no Brasil.
No dia 10 de junho, 54% dos entrevistados apoiavam a realização da Copa no País. No dia 15 de julho, dois dias depois de a Alemanha conquistar o tetracampeonato, esse indicador subiu para 66%, num crescimento de 12 pontos porcentuais. Os contrários caíram de 38% para 28%.
A organização do evento foi considerada como ótima ou boa por 47% dos ouvidos depois da Copa, subindo cinco pontos em relação ao levantamento feito antes de as partidas começarem. O número de quem considerava regular a organização passou de 33% para 25%. Curiosamente, embora a avaliação positiva da organização tenha chegado próximo à metade do total de pessoas escutadas, também cresceu a percepção de ruim ou péssimo para essa avaliação, que pulou de 21 para 27%.
A aprovação do evento, indicada por esse levantamento, representa uma boa notícia para o governo federal e para a presidente Dilma Rousseff. A maior dúvida gerada pela pesquisa, entretanto, se concentra no legado da Copa. Embora tenha melhorado em relação à sondagem feita antes do início do torneio, a maioria dos entrevistados ainda considera que o legado da Copa ainda trará mais prejuízos do que benefícios.
Em junho, apenas 32% acreditavam que o legado traria mais benefícios para o País. Mesmo depois do torneio, esse número baixou para 31%. Em junho, 60% apontavam que o legado traria mais prejuízos. O indicador baixou para 55%, mas permaneceu bastante elevado.
Pela pesquisa, a expectativa é que a Copa poderia trazer alguns benefícios específicos como geração de empregos, que, aparentemente, se frustraram. Em junho, 35% apostavam nessa hipótese e esse número caiu para 19% após a Copa. Em compensação, o incentivo ao turismo foi constatado por mais gente ao fim do torneio, saltando de 23% para 35%. A mesma aconteceu – em índices menores – com o legado dos novos estádios e melhoria da infra-estrutura.
Da Folha de São Paulo