Após 12 anos, carros 1.0 voltam a superar barreira dos 50%

A participação de 54,5% conquistada em 2022 é a maior em 16 anos. Vendas do segmento cresceram 25,7%

Em um ano, de 2021 para 2022, a participação dos carros com motor 1.0 subiu 10,7 pontos porcentuais, de 43,8% para 54,5%. É a primeira vez em 12 anos que o segmento volta a dominar mais da metade das vendas no mercado brasileiro. Conforme série histórica da Anfavea, a última vez foi em 2009, quando o índice ficou em 51,8%. A participação atingida no ano passado é também a maior em 16 anos. Chegou a 56,5% em 2006 e não parou de cair até 2016, quando limitou-se a 32,7%.

Na sequência, impulsionada pela maior oferta de modelos 1.0 turbo que chegavam para garantir ganhos em eficiência energética exigidos em programas como o Inovar-Auto (103-2017) e Rota 2030, a fatia dos antes chamados modelos populares trilhou caminho inverso e voltou a subir ano a ano. Tudo indica, inclusive, que está escalada dos motores de baixa cilindrada não deve parar no atual patamar.

Só para exemplificar, a participação deles chegou a 59,5% em agosto passado e atingiu 60,3% em novembro. Um sinal claro que que os números devem caminhar para a casa dos 60% ao longo de 2023. Vale lembrar que com a motorização turbo, o 1.0 também ganhou força no segmento de SUVs, o que mais cresce no Brasil. Mas também é a opção que prevalece nos chamados modelos de entrada, aqueles que já não são tão acessíveis como antes, mas ainda são os mais baratos do mercado.

Há muito tempo os modelos 1.0 deixaram se ser chamados de populares. Quando surgiram, em 1.990, a partir de decisão governamental de reduzir impostos para veículos do gênero, a ideia era ter um carro mais simples e econômico que garantisse maior volume para a indústria automotiva brasileira. Nos idos de 90, a potência do motor 1.0 era na faixa de 48 cc, razão de os chamados modelos populares serem criticados então pelo baixo desempenho.

Do AutoIndústria