Após plenária no Sindicato, trabalhadores na GL paralisam a produção
Com o anúncio unilateral de fechamento da empresa, os Metalúrgicos do ABC iniciaram processo de luta com os trabalhadores
O Sindicato reuniu os trabalhadores na GL Legrand na manhã de ontem, na Regional Diadema, para tratar dos encaminhamentos de luta após a decisão unilateral da empresa de fechamento da planta na cidade. Em protesto, não houve produção ontem. O Sindicato tem reunião de negociação agendada com a empresa na próxima segunda-feira, dia 13.
O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, destacou que, desde a troca de gestão da empresa, há cerca de três anos, o Sindicato tem percebido movimentações estranhas por parte da direção.
“A nossa insistência não foi pouca, procuramos o poder público municipal, que teve a iniciativa de se reunir com a direção da fábrica em dezembro, sinalizando benefícios que poderiam ser usados se a empresa investisse na região, porém em nenhum momento a fábrica oficializou a intenção de fechamento”, contou.
“Para nossa surpresa, o comunicado foi feito no último dia 6 e iniciamos o processo de luta. Vamos até o fim para que a fábrica entenda que tem que ter responsabilidade social com os trabalhadores e com a região. Vamos continuar defendendo o emprego e a manutenção da GL em Diadema e esperamos que a empresa reveja sua posição. Contamos com o envolvimento de todos os trabalhadores e esperamos ter êxito em buscar a melhor solução possível. Estamos juntos até o fim”, afirmou.
O coordenador de área, Gilberto da Rocha, o Amendoim, reforçou que a luta sempre vale a pena. “Temos que levantar a cabeça, ter muita disposição de luta, de braços dados para sermos um só e buscar o melhor para cada um e cada uma”, disse.
Ouvir os trabalhadores
Na plenária ontem, a CSE, Maria José da Silva Modesto, explicou que o objetivo da atividade era também esclarecer dúvidas jurídicas e ouvir os trabalhadores. “É um momento importante para ouvir os anseios, colher cada sugestão e irmos fortalecidos para a mesa de negociação”.
O CSE, Milton Aparecido Alves Bertholdo, destacou que a unidade é fundamental. “O momento é difícil para todos e todas e precisamos estar juntos na luta”.
“Foram muitos os boatos de fechamento, mas quando a notícia se concretiza é muito duro. Muitos se sentiram magoados, cada um tem a sua história de vida e criou vínculos. Os trabalhadores não são um número, vamos para a luta”, Sueli Claudino Oliveira, trabalhadora na área de montagem, há 34 anos na empresa.
“Os rumores começaram no meio do ano passado, mas tivemos um retorno da gerência de que havia investimentos, manutenção e para ficarmos tranquilos. Menos de três meses depois houve o anúncio de fechamento. É uma sensação ruim de falta de transparência da empresa, não dá para sentir confiança”, Isabela Lopes, trabalhadora no atendimento ao cliente, há 2 anos.
“Foi um sentimento de muita ansiedade e tristeza, tenho quatro filhos e a preocupação é ficar desempregado. Se tiver 1% de possibilidade que a empresa fique, vamos à luta junto com o Sindicato. E que ela nos trate com dignidade”, Rodrigo Gomes Rocha, trabalhador na área de montagem, há 4 anos na empresa.