Após reivindicação do Sindicato, Mercedes anuncia 350 novas contratações

Acordo com os Metalúrgicos do ABC garantiu reposição integral da inflação nos salários e no vale-alimentação

Foto: Adonis Guerra

Em assembleia realizada na manhã de ontem, a direção do Sindicato informou aos trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, sobre as 350 contratações temporárias na montadora para o final deste mês e começo de junho.

Os trabalhadores também foram comunicados sobre o índice do reajuste salarial pela inflação integral e a data de pagamento da PLR (Participação dos Lucros e Resultados), garantidos pelo acordo negociado entre Sindicato e a empresa, em 2020, válido por três anos. Outra boa notícia foi o reajuste, conquistado este ano, no valor do vale-alimentação conforme a inflação.

Poder de compra

“Apesar de um cenário econômico e político difícil, conseguimos garantir poder de compra para os trabalhadores com o reajuste nos salários. Também foi possível conquistar mais contratações, mesmo em um momento de índices recordes de desemprego no nosso país”, afirmou o diretor executivo do Sindicato e CSE na Mercedes, Aroaldo Oliveira da Silva. 

O dirigente lembrou que as contratações eram uma reivindicação da representação sindical. “Estávamos cobrando da fábrica por mais mão de obra e discutindo a realidade dos setores. Há uma antecipação de compra e aumento da demanda no mercado de caminhões devido à mudança da legislação ambiental no próximo ano”, destacou.

Vale-Alimentação

O coordenador da representação, Sandro Vitoriano, apontou que no acordo de 2020 o vale-alimentação tinha um valor fixo, mas que a negociação com a fábrica garantiu que o benefício também fosse reajustado.

“Garantimos a aplicação da inflação, o que é uma grande vitória para os trabalhadores. Com a carestia, este reajuste fará diferença nos bolsos dos companheiros e companheiras”.

MP 1113

Na assembleia, os dirigentes também alertaram sobre os prejuízos da Medida Provisória 1113, que dificulta o acesso ao auxílio-acidente e pode acabar com o direito de trabalhadores acidentados ou com doença ocupacional. A preocupação é tanto com os trabalhadores que hoje recebem o benefício quanto com quem possa precisar no futuro.

A MP entrou em vigor assim que foi editada, na véspera do feriado, em 20 de abril, e vale por 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 dias. A MP vira lei se for aprovada na Câmara e no Senado.