Aposentado: cuidado ao tomar empréstimo

Milhões de aposentados passam por grande dor de cabeça. Tomaram empréstimo com desconto em seus benefícios e agora têm que arcar com uma dívida mensal que pode chegar a até três anos.

Pelo acordo feito entre os bancos e a Previdência, o valor máximo a ser emprestado pode comprometer até 30% do benefício mensal.

O problema é que, por falta de informação, muitos aposentados tomam o empréstimo para comprar. Não se dão conta que, embora as taxas sejam mais baixas que outras, elas ainda são muito elevadas e variam entre 23% e 43% ao ano.

Os bancos incentivam o superendividamento do aposentado. Chegam a fazer empréstimo por telefone e o dinheiro entregue por um motoqueiro. Há uma acirrada disputa pelos 23 milhões de benefícios pagos a aposentados e pensionistas. A inadimplência dos empréstimos para os bancos é próxima de zero.

Em abril, essas operações já haviam superado R$ 5 bilhões, quase o dobro do valor de dezembro de 2004. Os aposentados que recebem até um salário mínimo concentram cerca de 40% do total de operações. O valor médio do empréstimo situa-se em R$ 1.500,00, com prazos de pagamento entre 24 e 36 meses.

Alertamos aos aposentados que só vale a pena tomar este tipo de empréstimo se for para pagar dívida anterior, de juros mais elevados que os do empréstimo com desconto.

Para o cheque especial, por exemplo, vale a pena tomar o empréstimo pois troca-se uma dívida com juros de 150% por uma outra com juros entre 23% a 43% ao ano.

Uma idéia melhor das condições do empréstimo com desconto no benefício pode ser obtida na página da CUT na internet. Trata-se de uma planilha de cálculo elaborada pelo Dieese que informa o valor líquido a receber, prestação, taxa efetiva de juros entre outras. Procure alguém que tenha facilidade de acesso a internet e peça para entrar no seguinte endereço: www.cut.org.br/documentos/emprestimos.htm

Subseções Dieese-CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.