Aposentados: Feijóo não aceita aumento do INSS
Os metalúrgicos do ABC consideram inaceitável a proposta do ministro da Previdência Social, Amir Lando, de pagar a dívida com os aposentados aumentando a alíquota da contribuição ao INSS dos trabalhadores na ativa. O recado foi dado pelo presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, logo após a proposta ser divulgada na última sexta-feira.
“O governo anterior fez a dívida e sobrou para o presidente Lula, como tantas outras”, afirmou Feijóo. “Os aposentados não podem ser penalizados, mas nós também não podemos aceitar esse comportamento do ministro”, prosseguiu. “Precisam ser encontradas alternativas para ressarcir os aposentados sem onerar a sociedade”, concluiu o presidente do Sindicato.
A CUT também protestou, considerando equivocada e sem eficácia a proposta. “Não será através do aumento da carga tributária que a Previdência Social resolverá os seus problemas de arrecadação e cumprirá os seus compromissos com aposentados e pensionistas”, afirmou Luiz Marinho, presidente da Central.
“Entendemos que só a adoção de medidas de incentivo ao crescimento econômico poderá aumentar a receita do INSS e a Previdência deve intensificar também o combate à sonegação”, disse Marinho.
Na tarde de sábado, o ministro Amir Lando divulgou nota oficial onde afirma que o presidente Lula definiu que em nenhuma hipótese haverá aumento da alíquota da contribuição previdenciária para os trabalhadores.
>> A polêmica entre a Previdência e os aposentados
A dívida da Previdência de R$ 12,3 bilhões com 1,88 milhões de aposentados corresponde à diferença do índice de reajuste aplicado nas aposentadorias concedidas de março de 1994 a fevereiro de 1997.
Nesse período, em vez de aplicar o IRSM (Índice de Reajuste do Salário Mínimo), a Previdência utilizou a URV (Unidade Real de Valor) para calcular os benefícios. Isso provocou uma diferença no valor da aposentadoria que vai de 2% (quem se aposentou em fevereiro de 97) a até 39,67% (para quem se aposentou em março de 94).
Pelos cálculos da Previdência, a diferença daria um pagamento médio de R$ 6,5 mil por segurado. Além do pagamento dos atrasados, a correção dos benefícios custará anualmente cerca de R$ 2,3 bilhões ao INSS.