APROVADO AVISO DE GREVE. AGORA É LUTA!
Aviso de greve será enviado hoje às montadoras, que ofereceram somente 0,5% de real, e ao Grupo 3, que nem proposta fez. Categoria inicia ações de pressão. Nos grupos 2 e 8 as negociações continuam.
Assembléia realizada
ontem rejeitou a proposta
feita pelas montadoras, protestou
contra a enrolação do
grupo 3 (autopeças, parafusos
e forjarias) e decidiu pela
realização de protestos nessas
fábricas, com paralisações,
manifestações e ações
de pressão por um acordo
decente, com aumento real
e programa de formação.
As montadoras ofereceram
apenas 0,5% de aumento
real. O grupo 3 não apresentou
proposta.
“Se não criarmos um
clima de mobilização e pressão
nas montadoras e autopeças,
os patrões não vão
negociar de maneira séria”,
avisou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.
Ele disse que os trabalhadores
de cada empresa
vão decidir pela melhor
estratégia de luta. “A partir
de hoje é mobilização, é luta.
Esta será nossa resposta
às montadoras e ao grupo 3”, disse.
Hoje, o Sindicato entrega
aviso de greve a esses
dois grupos patronais.
Grupos 2 e 8 continuam as negociações
A assembléia de ontem
também decidiu pela continuidade
das negociações
com os grupos 2 e 8, pois
existe a possibilidade de
construir um bom acordo.
O grupo 2 concordou
com um reajuste de 10,5%,
que engloba a reposição da
inflação de 7,56% e mais
2,73% de aumento real. Os
pisos teriam reajustes entre
12% e 10,5%.
No grupo 8, a proposta
é de reajuste de 10,3%, com
a inflação (7,56%) e mais
2,5% de aumento real. Os
pisos teriam o mesmo reajuste
do grupo 2.
Além disso, a data-base
passaria de agosto para setembro,
como reivindica o
Sindicato.
O presidente do Sindicato
lembrou que neste
ano nenhuma categoria
conseguiu 2,5% de aumento
real.
“Pela primeira vez esses
dois grupos estão fazendo
uma negociação séria.
Os números não suficientes,
mas existem condições
de melhorarmos as propostas”,
comentou Sérgio
Nobre.
Não existe campanha fácil
“Toda campanha é
difícil, pois para os trabalhadores
nada é fácil, nada
sai de graça, e sempre
temos de arrancar as conquistas
na marra”, disse
Sérgio Nobre.
O comentário foi feito
diante do endurecimento
das negociações por
parte das montadoras e
autopeças mesmo nesta
época de desenvolvimento
econômico, alta da produção
e aumento da produtividade.
Os patrões alegam que
os salários dos metalúrgicos
do ABC ficam distante dos
salários em outras regiões
do País.
“Não vamos entrar na
lógica do patrão. Vamos
arrancar um bom aumento
real, inclusive nos pisos,
e ajudar as campanhas em
outros Estados”, assegurou.
“Nunca vi uma campanha
tranqüila, pois os
patrões só cedem debaixo
de luta”, concluiu
Sérgio.
“Mobilização é em todo o Estado”
Os metalúrgicos do
Estado já iniciaram paralisações
e ações de protesto
para cobrar avanços nas
negociações.
“É grande a mobilização
entre os metalúrgicos
de Sorocaba, Taubaté, Itú,
Salto e Matão”, comentou
o presidente da Federação
dos Metalúrgicos da CUT,
Valmir Marques, o Biro-Biro.
“Somos referência nacional”
O ex-presidente do
Sindicato, José Lopez Feijóo,
disse que é grande a
responsabilidade dos metalúrgicos
do ABC, que
são referência no País.
“As outras categorias
aguardam para ver o que
acontece aqui. As nossas
boas campanha viram referência
e somos exemplo
de não abrirmos mão dos
nossos direitos”, disse ele.