“Aqueles que criminalizam os movimentos sociais são os grandes derrotados das eleições”, afirma Artur Henrique

O presidente da CUT destaca a vitória de Luiz Marinho, em São Bernardo

O presidente da CUT, Artur Henrique, fala sobre o resultado das eleições municipais em todo o Brasil. Para ele, os trabalhadores saem vitoriosos na maioria dos pleitos.

Presidente, qual o saldo das eleições municipais para o movimento sindical cutista?

Artur: Há um dado muito simples e cristalino. O PSDB e o ex-PFL, que sempre estiveram do lado oposto da nossa luta, que até hoje trabalham na criminalização dos movimentos sociais, na postura antidemocrática de não negociar com trabalhadores, de ordenar repressão policial ou de simplesmente acusar a CUT por seus próprios desmandos, foram os grandes derrotados. Os cálculos demonstram que, comparados com as eleições de 2004, esses dois partidos perderam mais de 10 milhões de eleitores. Há analistas da grande imprensa que tiveram o despautério de afirmar coisas diferentes, mas o sol continua brilhando por entre os furos da peneira. O PFL, que uma liderança nacional havia dito que a “raça” do PT e dos movimentos sociais ia desaparecer, só não sumiu do mapa eleitoral em função da vitória em São Paulo. O PPS também sai diminuído.

A base de apoio do governo venceu 83% dos pleitos que disputou no segundo turno e agora 72% dos municípios. Todas essas vitórias representam de fato aliados do movimento sindical?

Existem canais de diálogo com a absoluta maioria. Uma parte significativa dos eleitos e eleitas se comprometeu com nossa “Plataforma da Classe Trabalhadora para as Eleições 2008” (conjunto de propostas preparado pela CUT e entregue pela militância a vários candidatos em todo o País). Fora isso, a disputa é constante. O momento da eleição, por mais importante que seja, é um dos momentos. Nossa tarefa é, sempre, pressionar e cobrar, seja qual partido for.

Entre esses resultados, algum destaque?

Vários. Foi uma campanha duríssima, com envolvimento grande e aguerrido de nossos militantes e dirigentes sindicais. Apontar um ou outro resultado pode parecer injusto, especialmente se levarmos em consideração que muitas dessas vitórias tiveram participação direta do movimento sindical, de outras centrais inclusive, numa demonstração de maturidade no que se refere à correlação de forças mais ampla e as implicações para o médio e o curto prazo. Mesmo assim, quero citar a vitória do Luiz Marinho em São Bernardo, de significado especial. O companheiro é ex-presidente da CUT, cargo que deixou num momento difícil para aceitar uma tarefa diretamente ligada à defesa do projeto democrático-popular, e que faz o meu partido, o PT, voltar ao comando de um dos berços da CUT e da redemocratização do Brasil. Pra nós, é motivo de orgulho.

Da CUT