Argentina aprova reforma da Previdência em meio a intensos protestos

Foto: Movimiento Argentino de Fotógrafxs Independientes Autoconvocadxs 

Após 17 horas de debate legislativo e intensos protestos nas ruas de Buenos Aires, a reforma da Previdência foi aprovada pelo Parlamento da Argentina na manhã de terça-feira, 19. Proposta pelo presidente Maurício Macri, a reforma foi aprovada por 128 votos a favor e 116 contra.

Contrários à proposta, centrais sindicais e trabalhadores protestam há dias nas ruas da capital argentina. Na semana passada, a votação chegou a ser suspensa após atos convocados por centrais sindicais reunirem milhares de manifestantes em frente ao Congresso argentino. As manifestações foram duramente reprimidas pelas forças policiais, deixando ao menos uma centena de feridos e cerca de 40 detidos.

Na segunda, 18, também foram registrados protestos e panelaços em vários bairros da capital e em diferentes pontos do país.

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A lei pretende modificar a fórmula de cálculo para as atualizações das pensões e elevar a idade de aposentadoria, de maneira opcional, de 65 para 70 anos para os homens e de 60 para 63 anos para as mulheres. Estima-se que a modificação no cálculo das pensões atingirá 17 milhões de argentinos.

O governo estabeleceu um pacto fiscal com 23 das 24 províncias, em sua maioria governada por opositores peronistas, em troca de uma promessa de dividir entre elas o dinheiro economizado pela reforma, calculado em 100 bilhões de pesos (5,5 bilhões de dólares). Da Carta Capital.

BRASIL – No Brasil, as mobilizações e pressões adiaram a votação da reforma da Previdência. O texto-base da proposta de Temer foi aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados em maio, mas ficou parado por falta de apoio.

A CUT e as demais centrais sindicais mantêm o estado de greve. Mesmo com o recuo, o governo tenta convencer pelo menos 308 dos 513 deputados a aprovarem o desmonte da aposentadoria no Brasil.

Se botar para votar, o Brasil vai parar!