Argentina: Clima na fábrica da Nissan que será fechada é de revolta

Após muitos meses cercada de rumores, a Nissan Argentina anunciou na última sexta-feira que, a partir de novembro, fechará a linha de produção das picapes Frontier e Renault Alaskan na Fábrica de Santa Isabel, na Argentina. Foi a confirmação que pôs fim a longos meses de uma crise industrial que durou quase tantos anos quanto o projeto das picapes fabricadas em Córdoba (ARG), que começou em 2018.

No entanto, ainda faltam oito meses para novembro. Durante todo esse tempo, a linha de produção continuará entregando picapes para o mercado interno e – no caso da Frontier – para exportação para Chile, Brasil e Colômbia. Em 2026, a picape será substituída pela nova atualização da picape fabricada no México. Mas qual o clima atual na planta de Santa Isabel?

Não é possível descobrir a partir de fontes oficiais. Os principais executivos da marca não fazem declarações à imprensa há quase um ano. Eles só falam com agências estrangeiras, como a Bloomberg, mas apenas para fazer “controle de danos” aos olhos dos acionistas. No dia 28 de março, sexta-feira, houve muita revolta com a forma como o anúncio foi feito.

Embora fosse uma notícia (ruim) que todos estavam esperando, nem o discurso do CEO local Ricardo Flammini para os trabalhadores nem o comunicado oficial da Nissan América Latina fizeram qualquer referência ao que acontecerá com os trabalhadores. O clima de tensão em Santa Isabel é tão grande que a Nissan Argentina está pedindo ajuda à alta direção da Nissan América Latina. Eles estão propondo enviar executivos do Brasil para negociar com cada uma das partes afetadas pelo fechamento dessa linha de produção.

Do Motor1