Argentinos visitam Sindicato e trocam experiências sobre os desafios da classe trabalhadora
Senadores e sindicalistas argentinos dialogam com os Metalúrgicos do ABC sobre política de extrema direita de Milei, perspectivas sobre defesa da democracia, indústria e dos direitos
A história de luta dos Metalúrgicos do ABC é conhecida e reconhecida pela classe trabalhadora de diversas partes do mundo. Também é destaque para essa comunidade internacional a recente batalha dos trabalhadores brasileiros para retomar o poder após um golpe de Estado e a eleição de um político de extrema direita.
Interessados nesse histórico, os senadores argentinos Oscar Isidro Parrilli e Anabel Fernández Sagasti, a representante da Unión Obrera Metalúrgica, Sol Calle, e o secretário geral da organização política La Cámpora, Nicolás Vilela, estiveram no Sindicato na última segunda-feira, 24. Eles foram recebidos pelo presidente, Moisés Selerges, o diretor administrativo, Wellington Damasceno, a diretora executiva, Andrea Ferreira, e coordenador da Regional São Bernardo, Jonas Brito.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC detalhou que há uma preocupação muito grande por parte desses representes com relação à política desenvolvida pelo presidente argentino Javier Milei, que promove uma desenfreada retirada de direitos, a exemplo do que ocorreu no Brasil no último período.
“O momento que a Argentina atravessa remete ao que vivemos aqui. Precisamos ser solidários com os trabalhadores argentinos e compartilhar nossa experiência. Com união, conseguimos vencer e retomar o projeto da classe trabalhadora, elegendo o presidente Lula. Eles têm muita admiração por essa história e também pela trajetória do nosso Sindicato. Assim como superamos e demos a volta por cima, eles também podem superar”, compartilhou.
Wellington Damasceno ressaltou a preocupação com os ataques aos trabalhadores promovidos por Milei. “Da mesma forma como foi feito aqui, as reformas Trabalhista e da Previdência, e os ataques aos sindicatos, lá também o governo Milei conseguiu aprovar um projeto de reforma nas legislações trabalhista e previdenciária, além de atacar sindicatos e organizações de trabalhadores. A conversa foi uma rica troca de impressões sobre as batalhas travadas nos dois países”.
Indústrias complementares
O diretor administrativo ressaltou que Brasil e Argentina compartilham muita produção em comum. “São indústrias complementares, por isso também é muito importante sabermos o que está acontecendo lá e eles saberem como caminham as coisas por aqui. Faz parte da solidariedade entre os sindicatos, mas também tem um aspecto importante no que diz respeito à geração de emprego e renda e ao futuro da nossa indústria”.
Além da luta pela defesa da democracia e direitos, a conversa também passou por outros temas relevantes para ambos países, como combate às práticas e atos antissindicais, valorização da negociação coletiva, reindustrialização e transição energética.
“Esse diálogo passa pelas relações políticas, sociais e pelas representações sindicais. É um diálogo muito importante para o Sindicato, inclusive para a continuarmos articulando na América Latina políticas públicas comuns e, principalmente lutando em defesa da classe trabalhadora e do povo que mais precisa”, completou Wellington.