Armação contra professores

Juíza multa presidente da Apeoesp em R$ 4 milhões por passeata. Entidade vê a mão do governador Serra na ação.

A CUT São Paulo repudiou
a decisão da juíza
Laura Mattos de Almeida,
que condenou o presidente
da Apeoesp (sindicato
dos professores estaduais),
Carlos Ramiro de Castro
(foto), a pagar indenização
de R$
4 milhões aos cofres
da Prefeitura
de São Paulo, por
danos morais e materiais.

Ele é acusado
de provocar congestionamento
na capital
durante passeata dos professores
em outubro de 2005,
entre a avenida Paulista e a
Assembléia Legislativa.

A juíza determinou ainda
que a indenização seja
paga pelo próprio presidente
e não pela Apeoesp.

Para a CUT São Paulo,
a sentença cerceia o direito
de manifestação
pública e de liberdade
da atuação
sindical.

A juíza destacou
que as autoridades
públicas
deveriam ser previamente
avisadas
sobre passeatas, o que não
aconteceu.

Para o presidente da
Apeoesp, a decisão é absurda,
pois pune o direito legítimo
de manifestação e porque
personaliza nele a realização
de um ato coletivo que foi a
passeata.

“A passeata foi decidida
de forma soberana pela assembléia
dos professores”,
comentou. Ele acredita que a
decisão da juíza atende a pedido
do governo estadual.

“Existe um desinteresse
em atender os servidores.
Serra não negocia com as
entidades do funcionalismo e
não reajusta os salários há três
anos”, comentou Ramiro.

Sobre a decisão da juíza,
ele avisou que vai recorrer até
a última instância judicial.