Armas de fogo: 80% quer a proibição do comércio

Pesquisa do Datafolha divulgada ontem mostra que 80% da população é a favor da proibição do comércio de armas de fogo. 17% disse que é contra e 3% não soube responder.

Essa pesquisa confirma outra, feita no mês passado pela Brasmarket, que mostrou que 82% da população do ABCD é pela proibição.

A maior parte dos eleitores (77%) já tomou conhecimento do referendo que vai acontecer no dia 23 de outubro, enquanto 36% se disse bem informado.

A pesquisa mostrou que 9% tem armas de fogo em casa.

Desde ontem está liberada a propaganda paga. A partir de 8 de setembro os dois lados, contra e a favor do desarmamento, terão 15 minutos diários no rádio e tevê para fazer campanha.

Para o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), da Frente Brasil Sem Armas, a campanha será uma boa oportunidade para mostrar que o Estatuto do Desarmamento já começou a dar resultados positivos, como a redução dos crimes fúteis cometidos com armas de fogo.

A Frente vai realizar showcomícios pelo País para denunciar que hoje, no Brasil, morrem 104 pessoas por dia vítimas de armas de fogo.

“A venda de armas de fogo contribui para o crescimento da violência no País”, disse o deputado.

O primeiro showmício será realizado no próximo dia 11 no Rio de Janeiro.

Se o “não” for vencedor, a comercialização continuará permitida, com as restrições ao porte e à compra previstas no Estatuto do Desarmamento.

Se no referendo a resposta da maioria for “sim”, o comércio das armas de fogo ficará proibido.

Armas de fogo no Brasil

Os brasileiros têm três vezes mais probabilidade de morrer por uma arma de fogo do que qualquer cidadão de outro país.

80% das armas usadas em crimes de morte entram legais no mercado e depois são extraviadas, roubadas ou vendidas.

64% dos homicídios são cometidos com o uso de pequenas armas de fogo.

As principais vítimas são homens negros, entre 15 e 24 anos.

A chance de uma vítima armada morrer durante assalto é 56% maior do que se estivesse desarmada.