Arteb: Dinheiro na conta do trabalhador

Os 1.300 trabalhadores na Arteb serão os próximos a ter tarifa zero em suas contas bancárias. A partir de 1º de março eles não pagarão mais por extratos ou talões de cheques extras, por manutenção de conta ou qualquer uma das 52 tarifas que o Bradesco, banco pelo qual recebem salário, podem cobrar dos correntistas.

Trata-se de mais uma conquista da campanha que o Sindicato desencadeou durante a campanha salarial no ano passado. Na Arteb, a reivindicação ganhou força com a mobilização dos trabalhadores em torno de uma pauta com vários pontos, entre eles tarifa zero.

Além de saudar a conquista, o diretor do Sindicato, José Paulo Nogueira, o Zé Paulo, chama a atenção para a economia que a redução da tarifas proporciona. “Dependendo do volume de movimentações, as tarifas podem absorver até R$ 350,00 anuais da conta de um trabalhador”, lembrou.

Por este raciocínio, e como o salário médio na Arteb é de R$ 1.470,00, a tarifa zero pode representar um aumento real de 0,5%.

“O pessoal na Arteb deu um passo importante para a luta da categoria. Estamos com várias negociações em andamento e este acordo pode apressá-las, já que os fabulosos lucros dos bancos permitem que eles abram mão de confiscar uma parte do salários dos trabalhadores”, afirmou Zé Paulo.

Tarifa zero do Unibanco não é tarifa zero

A campanha pela tarifa zero é dos metalúrgicos do ABC, mas o Unibanco quer aproveitar a idéia para fazer propaganda enganosa. Em campanha publicitária, o Unibanco oferece a tarifa zero.

Mas, para que o cliente a obtenha, tem de fazer um malabarismo financeiro. Ou seja, ele não dá tarifa zero.

Para obter o benefício, segundo a página da internet do banco, o cliente deverá somar pontos comprando produtos como financiamentos, cheque especial, seguros, título de capitalização e concentrar pagamentos de contas.

Um depósito de R$ 350,00 em caderneta de poupança, por exemplo, dá um ponto. Quando o cliente atingir entre 25 a 49 pontos, terá 25% de desconto na tarifa.

É pouco, se se considerar que as receitas dos bancos com as tarifas cobrem 110% a folha de pagamento dos seus trabalhadores.