Artur Henrique: Paulinho da Força está louco para cair no colo do PSDB. Em entrevista, ele anuncia leilão dele mesmo

Por Artur Henrique, presidente da CUT, em seu Blog

Na tarde desta terça, o presidente da Força e deputado federal Paulinho (onde já se viu, dirigente de central e parlamentar ao mesmo tempo?) deu uma entrevista para o Terra Magazine para dizer que está com o “saco cheio do PT” e mandou o partido “se f…”

Paulinho, desta forma, dá mais uma mostra de que deve estar leiloando a si mesmo. Ele provavelmente quer ver quem dá mais para ele trocar de partido, o PDT, onde teve sua suposta liderança seriamente questionada em epísódio recente. A julgar pelo namoro público recente com Aécio Neves e até com ACM Neto, o destino provável é o PSDB…

Ele diz que já esteve perto do PT; que o governo Dilma não corresponde ao projeto iniciado por Lula; que vai procurar os movimentos sociais para construir uma nova luta…

Ora, a Força Sindical foi fundada com a ajuda monetária e política da Fiesp, para atrapalhar a ação da CUT e para funcionar como uma central aliada dos interesses do capital. Sempre criticou os movimentos sociais, o PT, o MST, a CUT.

Paulinho, que é presidente da Força há 12 anos, já defendeu publicamente as privatizações, a flexibilização das leis trabalhistas, já defendeu o Estado mínimo, defendeu a candidatura de Geraldo Alckmin em 2006…

Ou seja, posar agora de combativo, cobrar que foi “traído”, dizer que é próximo dos movimentos sociais, criticar o que ele chama de “neoliberalismo” e outras acrobacias midiáticas é realmente constrangedor.

Ele obtém espaço porque essa postura oportunista é útil, neste momento, para parte da grande mídia (que, aliás, sabe bem o histórico do Paulinho e conhece suas imensas e constantes contradições e seu comportamento errático).

Por um breve espaço de tempo, a Força esteve conosco em algumas ações localizadas, como a campanha pela criação de uma política de valorização do salário mínimo, junto com as demais centrais, com o objetivo de conquistar bandeiras inegavelmente importantes para a classe trabalhadora.

E só. Nossas diferenças de concepção e prática sempre continuaram. E não são diferenças pequenas. Um exemplo é o imposto sindical, do qual já falamos no penúltimo post que fizemos neste blog